domingo, 18 de setembro de 2011

fragmentos

Domingo regado a almoço com familiares
dia de festa
não como desejaríamos
mas com sabor de fé
certeza de que tudo vai dar certo.

.-.-.-.


A sobremesa,
por mais saborosa que seja
não terá a doce lembrança de teu olhar
recortes do sonho vivido na noite anterior
e que ficaram
bordados na fronha do meu travesseiro.

-.-.-.-

domingo nublado e frio
de indecifráveis sentimentos
tecidos na percepção de momentos
passados e
o triste prenúncio do que se estar por vir.

http://youtu.be/ADU_NB7nCHk





quinta-feira, 14 de julho de 2011

EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS: CONSCIENTIZAÇÃO, HUMANIZAÇÃO, DESDOBRAMENTOS E BASES NORMATIVAS

Em prol de uma reflexão sobre educação em Direitos Humanos, com orientações teóricas e práticas voltadas para ações concretas, Paulo Cesar Carbonari, no texto “Educação em Direitos Humanos – Afinal, de que se trata e porquê fazê-la?, [1] texto este dividido em cinco partes, aborda questões relativas à temática, com abordagens voltadas para a concepção, incidência, razões e desdobramentos didático-pedagógicos, para se educar em Direitos Humanos.

Além de responder aos questionamentos de como e quais são os Direitos Humanos, aponta para o sentido controverso e ainda, a multiplicidade do tema, com ampliação da temática para linhas contrastantes quanto ao posicionamento dos sujeitos sociais, estes, com posturas que vão desde o negligenciamento à negação; ou mesmo, apontando posicionamentos ora negativos, ora relativos; alguns, pautados na falta de conscientização quanto a diversidade ou mesmo firmados nas regras de redução dos direitos, ou mesmo, para a compreensão histórico-crítico em direitos Humanos, voltado para a humanização das pessoas, defensores da dignidade, valendo-se da reflexão voltada para dimensões interpessoal e grupal, de forma que se oportunize a emancipação, esta construída na visão crítica e histórica em direitos Humanos de forma que possam se transformar em mediadores de transformação.

Uma vez que “Sujeitos de direitos não são só os que sabem os direitos dos sujeitos, são, acima de tudo, os que agem multidimensionalmente para promover o ser sujeito de direitos no cotidiano, ( CARBONARI, 2007, p.169-186), na linha de reflexão voltada para a sustentabilidade, participação e justiça, aponta para a necessidade de se formar sujeitos sustentáveis e que promovam a sustentabilidade em sentido mais amplo, privilegiando a formação pautada na justiça e paz, tendo como base para tal a memória e verdades históricas. O que remete ao Pacto Internacional dos Direitos Econônicos, Sociais e Culturais ( PIDESC), aprovado pelas Nações Unidas, em 1966, ratificado em 1999, art 13, citado no texto “Educação em Direitos Humanos – Bases Normativas Nacionais e Internacionais – do também autor Carbonari, no qual aponta a educação como “ forma de desenvolvimento da personalidade humana, fortalecimento do respeito para os Direitos Humanos e liberdade fundamentais, além de favorecer a amizade, compreensão e tolerância entre todas as nações.” Apresenta , desta forma, no texto inicial, razões para no educar/motivar em direitos Humanos, o fato dos sujeitos da educação e educandos serem sujeitos de direitos e, desta forma, desafiados a reconhecerem-se elementos capazes de exigir qualificação, mudança que lhe garantam vida livre e criativa. A partir da Visão de Flores, ( 2002) e Sevilha, oportuniza ainda, reflexão quanto a racionalidade na educação em DH, devido as visões de resistência e intercultural , respectivamente.

Os desdobramentos didático-pedagógicos, apresentados no texto base, voltam-se para a necessidade de se fundamentar práticas voltadas para a conscientização de educadores, o que remete mais uma vez, as Bases Normativas acima citadas, de Carbonari, mais especificamente ao Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos – Educação Básica, Superior e não formal ( PNEDH). Desta forma os desdobramentos são pautados na conscientização de educadores, de forma que se extinguam ideais voltados para a proteção, prática de deveres e obrigações, para execução de práticas pautadas em diagnósticos., capazes de oportunizar a reflexão, problematização, compreensão e obviamente, da aquisição de posturas voltadas para “autodefesa de seus direitos e de defesa coletiva dos direitos.” (Carbonari)

Certamente, em momento em que sustentabilidade e diversidade tornam-se práticas a serem desenvolvidas e, por ser a o espaço educacional ideal para a se oportunizar a reflexão, visualizar a forma como se apresentam e ocorrem nos espaços internos e externos à realidade educacional, os Direitos Humanos, os textos de Carbonari, contribuem de forma significativa na formação de educadores e educando, quando, em conjunto com LDB, confirma a necessidade de se “ assegurar ao educando, formação comum indispensável para exercício da cidadania. – art 22.

____________________________________________________

Por Verônica Eugenio – Aluna do Curso Direitos Humanos – Ne@ad/UFES – EAD - Cachoeiro -habilitação em Letras Literatura, USC ; Pós-graduada em Literatura Portuguesa (PUCBH).



[1] CARBONARI, Paulo Cesar, doutorando em Filosofia - Unisinos, Mestre em Filosofia - MFG, professor de Filosofia no Instituto Superior Filosofia Berthier; Conselheiro Nacional do Movimento Nacional de Direitos Humanos - MNDH e membro do CNEDH/SDH/PR.

OS SINOS DAS CATEDRAIS


Os Sinos das Catedrais

quase não os ouço mais

embora cultive dentre d"alma

os sons que me despertavam

para o novo alvorecer.

A lembrança de meu amado pai

a despertar-me, com suave voz

medo de me despertar pra vida

abafada pelos badalar dos sinos

como que se deixasse a eles

a abrir de meus olhos.

Os sinos das Catedrais

hoje trazidos pelo vento,

tão distantes,

abafados pelas lembranças?

de vez em quando,

ainda invadem minhas janelas

penetram minha alma

perfumam lembranças contidas em laços de fitas

e cheiro de naftalinas

ninguém os ouve, além de mim

embora os diga:

"Os Sinos das catedrais!''

e pouco a pouco , feito nuvem se desfazem.

Seis horas da manhã.

Meio dia.

Seis horas do entardecer.

A vó.

O vô.

Quantos mais se fizessem presentes

a hora do Ângelus

A complexidade do mundo

contidas nas opacas lentes

de minha pequenez.

Mal sabia eu

que seriam estes atados eternamente

as minhas melhores lembranças.

sábado, 4 de junho de 2011

Ao meu tio: José Carlos

O tempo corre.
Silencioso, se esvai por entre os dedos
enquanto, invade a alma,
instala-se dentro do peito
enorme sentimento de insatisfação...
Entre as tênues linhas do cotidiano e pensamento,
constroem-se trajetórias.
Em vão, tantas vezes, carrega-se agendas, calendários, anotações na geladeira, portas, carro, quando sempre ficam para trás eventos que, nunca deveriam ser considerados menos importantes, por estarem ligados diretamente aos sonhos, ideais, pessoas a quem se ama.
Logo cedo, prioriza-se.
determina-se tempo para um telefonema,
um parabéns,
uma breve visita,
um alô, apenas.
Reserva-se espaço para um momento, breve que seja, em adquirir novos conhecimentos, uma palavra nova do dicionário,
o aniversariante do dia,o amigo que não se vê a muito tempo e,
no entanto,ao findar o dia, ver que de nada adiantou listar isto ou aquilo,
quando somente se concretizam o fazer de outros.
O privar-se do bate-papo com amigos,
da conversa jogada fora da hora do lanche,
de simplesmente, ver a hora passar
versus o ter que
acordartomarbanhotomarcafépegarocarrodarbomdiapromotoristadescerdocarrotrabalhar
almoçartrabalharbateropontopegarocarrootransitoavoltaaolarobanhoolancheestuda
revertvdarcoloaofilhjoafilhadeitaracordar...
Quando se vê, não adianta mais dar parabéns,
o abraço em quem não se via há tanto tempo
a plataforma já fechou,
o familiar se foi
a família desmembrou-se
o elo com Deus se desfez
o dia acabou ou mesmo começou e,
levados pelo vento,
se foram os sonhos,
as possibilidades de conquistas,
o desejo, até mesmo,
de voltar as páginas da vida...
Cinquenta anos tornam-se cinquenta dias; amigos, familiares, tornam-se pontos finais.
Fica no silêncio da madrugada, da noite de vento frio e forte, este que força os vidros das janelas a certeza de que em vão passa-se a vida, quando o tempo a domina. Não se tem certeza mais de muita coisa, depois que as horas passam a ser registradas por uma agenda de páginas descartáveis, relógios presentificam passado e futuro, enquanto o ir e vir é feito de forma tão automática que já não se importa se faz sol ou chuva...
quando se percebe
haver um corpo,
mas sem alma;
terem sido
retirados do mesmo
sentimentos,
eliminados qualquer tipo de esperança,
apenas o tic-tac ora apressado, ora acalentado
alojado dentro da grande máquina
que se tornou o ser modernos.




domingo, 17 de abril de 2011

Crônica de ponto de ônibus


Como todas as noites, encontrava-se à espera do ônibus que a levaria para casa. O vento frio, acompanhado pela chuva, tornavam à espera ainda mais doída. " Eta, vidinha mais sórdida." Bastava-lhe alguns minutos, apenas segundos, e teria conseguido realizar a baldeação.

Assim como ela, apenas mais três pessoas à espera de um transporte coletivo. Enquanto observa os poucos carros que transitam pela rua; os alunos que saem do cursinho, não percebe a chegada de uma nova companheira de espera, que pergunta-lhe ter visto passar o ônibus que a levaria até o bairro da Penha. Com olhos cansados de ver a vida passar, responde positivamente.

Passados alguns momentos, a senhora diz não suportar mais à espera. Afirma ser mais rápido chegar ao seu destino, se for a pé. " Na verdade, basta atravessar a ponte, subir uma ruazinha, mais outro morrinho e lá estarei no destino desejado."

- Vai para casa? Está meio tarde, frio, chove, liga para alguém... Ela diz ter deixado os filhos em casa, necessitava ir ao médico, não sentia-se muito bem. Apenas uma avaliação rápida. "Quer que lhe pague um táxi?""Não há necessidade, os ponteiros hão de seguir em frente."

Os alunos começam a tomar seus lugares no ponto, o relógio da praça marca 22h. O movimento dos carros aumenta.

- O que você faria se soubesse que tem pouco tempo de vida?

Assalto? Doida? Ameaça? Faz-se de desentendida. Silêncio interrompido.

-Moça, o que você faria, se soubesse que vai morrer em poucos dias?

A chuva fria invade a área de espera. Parece ter aumentado. As palavras estão presas na garganta. Um vento frio passa-lhe pelas pernas cobertas por meio fina. A mulher se levanta, senta-se novamente, recosta no banco frio do ponto. Silêncio. Preocupada, consigo e com a mulher, observa-a recostada ao banco. Levanta-se. Pede socorro. Levam-na para o hospital.

-Tarde demais, morreu.

Lá pelas tantas, o celular toca, incessantemente. Lembra-se dos de casa. Do atraso.
" Mãe, cadê você?" Chama um táxi e segue para casa, enquanto , à caminho, procura resposta , não para a mulher do ponto, mas para si mesma.

Sétima Arte:: Expressão Poética e Artística


As telinhas do cinema e, até mesmo, das salas de estar dos apaixonados pela sétima arte, na maioria dos momentos e contextos, são fios condutores de cultura e conhecimento.

Assim como a música, a pintura, o teatro e a literatura, um bom filme pode resgatar e proporcionar ao observador, momentos que vão desde registros sócio-culturais, ao resgate pessoal de sentimentos, respeito pela arte e cultura, visão antropológica dos seres, o que proporciona aprimoramento do saber adquirido e por adquirir. Imagens e palavras que alçam voos e penetram, silenciosamente, no universo interior do observador.

Não diferentemente das demais artes, devido a autenticidade a ela conferida, retira o véu que tantas vezes cobre a realidade, utilizando-se de recursos relacionados à realidade, para estabelecer contato com o público, garantindo, desta forma, o prazer aliado ao poder quase que catártico.

Estética e autonomia, idealizadas por Platão e que, no século atual, permitem identificar a forma como, arte e imagem se relacionam, informam e influenciam o ser, transportando-o tantas vezes de seu universo interior limitado, para universos capazes de promover mudanças desde pessoais a sociais.

Uma vez que palavra e imagem retomam ao significado/significante, a imagem torna-se signo capaz de estabelecer o diálogo entre arte e público, de forma que as características a ela inerentes, adquiram autenticidade, tal como ocorre em “ O Carteiro e o Poeta - quando o trabalho com a palavra estabelece contato com o interlocutor.

Para este fim, tendo como foco central a história de amizade entre um poeta exilado e um carteiro quase analfabeto, observa-se a poesia como ferramenta que excede ao valor meramente artístico, para tornar-se elo de intercessão entre o belo desejável e o belo idealizado.

O carteiro, o poeta e a poesia, formam o triângulo amoroso que, a cada cena, despertam , por meio das palavras, a percepção do interlocutor. Um diálogo que se estabelece nos recursos semânticos e estéticos, quando até mesmo os sons presentes na natureza, característicos do espaço local são utilizados para validar a leitura do belo.

A arte da palavra versus a arte da percepção, como instrumento capaz de remover falsas crenças, valores e preconceitos, em detrimento do despertar da percepção, esta capaz de aguçar os sentidos do interlocutor e proporcionar ressignificação do dizer e saberes. Uma expressão da Autonomia da arte que, ora mescla realismo, ora idealismo.

Se para Marcuse, “a grande arte é revolucionária, subversiva da compreensão e percepção,” ao trazer para a tela, no filme “ A moça com brinco de pérolas” , imagens que retomam a arte, baseada em fatos reais, substituindo as palavras por imagens que descrevem todo o momento, significa mesclar realidade com naturalismo de Osborne.

Baseado na vida de um dos grandes mestres da pintura renascentista, Weermer, o interlocutor depara-se com noções da estética de Platão e a mimesis de Aristoles; a possibilidade de ver a filha de um aspirante das artes plásticas, tornar-se musa, quando Cornélia é a metáfora da percepção, esta que proporciona ao interlocutor, perceber o mundo, despertar sonhos, posicionar-se ante as aparências e a realidade das coisas.

Reflexões sobre práticas de arte na Educação infantil


Conhecer é colocar em proporção aquilo que se quer conhecer com o que já se sabe.” Nicolau de Cusa


1- INTRODUÇÃO

Até onde pode chegar o conhecimento humano? Por meio de quais processos realiza-se o conhecimento? De que forma o ensino de Artes pode contribuir na formação cognitiva ampliando a aquisição do conhecimento?

São indagações que, professores e estudiosos de todos os tempos e contextos procuram responder, para que se atenda à proposta do ensino de Artes, voltada, neste estudo, para a Educação Infantil.

Considerando a Arte no Universo da educação Infantil quanto ao Brincar, Cuidar e Aprender , observa-se que esta deve estar aliada ao que a criança convive, quando o

ensino/reflexão, certamente deverá ser “conduzido pela prática, fruição e contextualização da arte no mundo da criança.”[1]p.10

Desta forma, o papel do arte-educador ultrapassa os limites de elementos capazes de transmitir conhecimentos, nesta fase, para torna-se um filósofo de seu tempo, quando lhes são cabíveis oportunidade de refletir, analisar e proporcionar a seus discípulos ampliação dos conhecimentos, em dialogo com a contexto no qual estão inseridos, de forma que passem os mesmos de meros aprendizes a multiplicadores do conhecimento.

Uma utopia? Talvez, se considerado o descaso e, quantas vezes, total falta de conhecimento quanto ao poder da arte-educação, no aprimorar, não somente dotes inatos as crianças, mas pelo fato de proporcionar aos e, desde pequenos, a reflexão, a percepção e análise. Possibilidade de, a partir de um simples desenho, realizar a análise de cores e formas, compreender-se inserido no universo das possibilidades, estas que vão da percepção sócio-cultural ao ato de criação, esta que dialoga com seu tempo, reflexo do que vive e sente.

2- REFLEXÃO SOBRE O ENSINO

Em busca de melhorias e adaptações de ensino, a prática do estágio torna-se fundamental para aqueles que pretendem ser inseridos no contexto educacional, quando profissionais já atuantes e leigos, vem-se diante de desafios e conquistas, devido à singularidade do ser, e que, não diferente do adulto, manifestam suas emoções, perspectivas de vida e melhor, são canetas que um dia, hão de escrever suas próprias histórias.

Escritores, portanto de seu tempo, precisam ser respeitados e desde cedo, inseridos no universo das possibilidades, “uma vez que a compreensão da criança é aliada à compreensão do adulto, pois a mente da criança é a mesma do adulto (Karmiloff). Motivo pelo qual não se deve menosprezar o ato criativo e de reflexão dos pequenos iniciantes, até porque, em seus desenhos tantas vezes considerados “ insignificantes” consta toda uma trajetória de vida, e sonhos e perspectivas de aprendizagem a serem construídas.

Para o Arte-educador, avaliar práticas educativas em dias em que a mídia e tecnologia invadem o universo infantil, requer dos mesmos, conhecimento da prática de ensino, e ainda, por estar a prática voltada mais para o ato criativo, reflexão sobre o desenho, sobre a produção e processo de criação, pois o que se evidencia nos registros infantis, transcede ao verbal, “é local onde a palavra e escrita verbal não conseguem sucesso muito convincente” (Merleau, 2007).

E quais e, de que forma tem sido realizadas as propostas educativas quanto ao ensino da arte da educação infantil? Que efeitos são esperados e alcançados? Momento em que se é válido citar experiências publicadas em Periódicos e Anais de Congressos, e, porque não, de professores iniciantes que, motivados por seus precursores, também, se arriscam no universo da pesquisa, em busca de diálogo, resposta e respeito para com o trabalho das crianças.

3- ALGUMAS PROPOSTAS ARTE-EDUCATIVAS

Pela lei, 5692, desde 1971, a disciplina de Educação Artística tornou-se parte dos Currículos Escolares e, desde então, muitas tem sido as propostas e projetos educativos oferecidos, que privilegiam , obviamente o entrelaçamento da prática – teoria. A exemplo do Projeto Arte e Cultura, desenvolvido em diferentes escolas e níveis, pela professora de Língua Portuguesa e aluna de Artes Visuais,[2] com foco voltado à forma como se dá a receptividade, interação, desenvolver da percepção e criação.

Tendo como foco a alfabetização visual, a pesquisa e a expansão do conceito de cultura e ainda, o processo lúdico como elemento fundamental no ato criativo, o referido projeto volta-se para a receptividade do ensino da arte, a forma como cada indivíduo reage, participa e acrescenta informações, desde séries iniciais a finais.

Uma proposta certamente audaz, mas que permite perceber ser/estar o indivíduo, em todos os momentos e contextos , em condições de analisar compreender e responder, de forma criativa, a situações que envolvem conhecimento e produção.

Inicialmente, o referido projeto voltava-se para o ensino fundamental II e ensino médio, devido área de atuação do pesquisador, o que favorece a aplicação, devido as produções e diálogo nesta fase serem permeados pelo entendimento, facilidades de interação informação inicial e produção final. Proposta esta, no entanto que se torna desafiadora, quando se caminha para o ensino em séries iniciais, mais precisamente, educação infantil, ou seja, o pré. Devido a fatores que vão desde a não preparação para o trabalho com estas séries, a reflexão quanto à produção final, ou seja, como saber se a criança assimilou, pelas histórias e imagens visualizadas, o que se pretendeu passar? E como considerar os famosos “ rabiscos” expressão de sua compreensão?

Em sequência a uma proposta iniciada, nas séries iniciais, quando ainda aluna de Letras, voltada para a lingüística, surge, devido a prática de estágio supervisionado em Artes, a oportunidade de continuidade do mesmo. Momento em que se observa , a partir de uma mote central, a forma como os pequenos interagem em perfeita sintonia com os de series finais. O que permitiu a conclusão, foi a possibilidade de avaliar forma como os pequenos observam, comentam e produzem a partir do que observam.

Se as produções das séries finais são mais ousadas, pode-se dizer que as de séries iniciais são mais autenticas. Quase não se observa cópias, mas fluição do que se viu, diferente dos finais, que presos ao estético, ou mesmo, significante emociona/cognitivo, preferem parafrasear, quase que copiar modelos pré-existentes.

Alguns trabalhos, realizadas com temas específicos a todas as escolas e fases, permitem observar que o arte-educador pode unir a produção de fases infantis com finais, sem comprometimento do fazer final, quando estética e conhecimento precisam dialogar para alcançar os objetivos, tal como na semana de consciência negra, quando os recortes das , privilegiando as formas geométricas, cores, contribuíram na produção de mascaras, tambores.

Em relação à prática voltada para o estágio, por estar em andamento a referida proposta e, por motivos que vão desde a abertura de espaço para aplicação do projeto proposto a sintonia com calendário escolar,desde as aulas iniciais é possível observar que a maioria das crianças estão abertas a novos conhecimentos. Desde o contato com a história da vida do artista em estudo, a visualização das imagens, as crianças interferem, comparam, manifestam opiniões, e melhor, comentam com seus familiares o que viram, aprenderam nas aulas.

O que vale ressaltar a importância de unir conteúdos a serem estudados com a realidade social o qual se está inserido, quando profissionais de outras disciplinas contribuem na pesquisa e fixação de valores a qual se deseja focar, fortalecer. Afinal, de que adiante conhecer obras e artista importantes, dentro de determinados contextos, sem reconhecimento de práticas culturais locais?

Não se foi possível chegar ainda, a uma produção final, mas vê-se que os mesmo possuem uma visão clara de que artista não é somente aquele que lhes é apresentado, mas em sua inocência, talvez, consideram-se capazes de fazer igual ou tão melhor que eles, quando pegam suas folhas e nos mostram suas bolinhas, rabiscos e dizem: aqui, tia, está mulher ( rabisco) aqui á a minha mãe, ou as vezes, é você ensinando pra gente . Ou em consideração ao Miró, após observarem as obras, alguns arriscam: esta foto tem bolinhas, ta cheia de rabisco...que coisas são estas? Sem perceberem alguns, dentro das limitações aqui analisadas, semelhanças com seus desenhos.

4- CONCLUSÃO

Certamente que o assunto não se encerra aqui, mas dado o espaço e proposta sugerida de relatório sobre as aulas de artes no estágio e possibilidade de outros exemplos de práticas de ensino, procurou-se destacar a importância da consonância da prática do ensino de Artes com o contemporâneo, quando a pesquisa, cultura local e a ludicidade refletem na produção do aluno.


[1] César Cola, Prática de Ensino I. Neaad. Artes Visuais,Vitória. 2011

[2] Projeto Arte e Cultura. Registros e publicações avulsas. Verônica Eugenio, 2009/2011.

sábado, 9 de abril de 2011

A oração de Jesus pelos seus discípulos






Ao amanhecer, surge a oportunidade de entregar, ao Mestre, as metas , os sonhos, os medos que rondam o ser ante as possibilidade de conquistas e derrotas.


À busca de orientação e direção para uma manhã de sábado, a oportuidade de refletir na passagem bíblica que relata a petição de Jesus, junto ao Pai, por seus discípulos. O descrever, docemente, a verdadeira comunhão com o que O enviou e o convívio com seus fiéis seguidores.


Sabe-se da singularidade de cada ser, portanto, da possibilidade de não igual leitura, satisfação a todos, mas não se tem como ignorar a forma sublime, humilde e eficaz das palavras do mestre para com seu Pai, em relação aos seus amados filhos.


Diante do atual contexto, em que o ódio, a indiferença, a violência e o medo rondam de forma cruel cada ser humano, as palavras surgem como bússula capaz de guiar o barco em meio as intempéries que rondam o bravio navegante.


Desbravador que é o homem, as palavras tornam-se como raios de sol, após uma noite fria e chuvosa, quando, aos poucos a alma se inunda de alegria e pode-se desfrutar daquilo que tantas vezes esquece-se o filho: do verdadeiro amor do Pai.


A cada versículo, no enterceder do Mestre ao Pai, o mister de desejo e medo, por se estender e não ser merecedor, respectivamente, dos frutos de uma amizade com Àquele que se deu por amor a humanidade.


Em tempos que as armas, palavras e atitudes inpensadas, tornam-se soluções capazes de extinguir o semelhante, mesmo sem que este lhe ofereça perigo algum, o interceder do mestre torna-se bálsamo capaz de recompor o interior e fortalecer o físico, pois não é seu desejo que o Pai "nos tire dos mundo, mas que os livre do mal ."


Que, a cada amanhecer, possa o ser certificar-se de que a oração do Filho ao Pai, o alcança, o cobre e direciona. Reconhecendo-se discípulo que obecede, segue e multiplica os ensinamentos do Mestre , revista-se de alegria e certifique-se que em todos os momentos somos guardados, pois o que o que ama ao Filho torna-se amado, do Pai.


leitura bíblica: S. Joaão, 17

quinta-feira, 31 de março de 2011

Cinquentenária, eu?

“ Os homens são como os vinhos: a idade azeda os maus e apura os bons. “ Marcus Cícero

Confesso que nunca parei para imaginar como seria completar 50 anos. Vivo, intensamente, cada momento, como se fosse o último, de forma agradável a mim e, na medida do possível, nada pesado aos que comigo trilham ou trilharam as veredas da vida.



De uma coisa tenho certeza: completar anos de vida sempre me foi motivo de comemorar. Uma alegria tão indescritível, que mal consigo dormir de 30 para 31. Um mister de euforia e curiosidade, sem falar do privilegio por usufruir de algo que não sou merecedora e , no entanto, agradecida.



Já divisei águas dos 15, 30, 40 e, nesta madrugada, fiquei a imaginar o que significa alcançar a linha do horizonte, quando os ponteiros marcam meio século de vida e corpo e alma navegam em mares ainda não alcançados. O sabor da vitória e o desejo de novas conquistas. Momento de se fazer um balanço geral ou planos? Ambos?




Não me considero uma pessoa preocupada com o espelho, mas confesso que preocupa-me a possibilidade de maçãs envenenadas; Não me importo muito com o dia de amanhã, mas sempre deixo uns carocinhos de feijão pelo caminho. Sem falar da possibilidade de tecer e destecer, no meu imaginário castelo, enquanto invade a casa interior, o cheiro do peixe que um dia hei de saborear junto ao amado.



Em minha mente, o navegar do flash back e o sonho. Páginas viradas e que estão por ser escritas. A certeza de que, as experiências serviram de adubo e os sonhos, serão os motes responsáveis pelas minhas conquistas.



Completar cinqüenta anos é visualizar o universo feminino, ter embalado ou trazer adormecido um pouco de Virgília, Plácida, Helena, Maria Benedita, Sofia, Capitu, Fidélia, Do Carmo, Blimunda, Ilda, Adélia, Maria... esta que não é fruto da imaginação, mas o único modelo de vida a qual almejo seguir.




Imaginação e realidade. Fictício e páginas da vida. A certeza de que não se constrói um castelo em poucos dias; edifica-se muros sem cooperação, faz-se da vida uma sinfonia sem se ter aprendido a decifrar notas. Estas, simbólicamente representadas pelas vidas que cruzaram e cruzam, diuturnamente, meu caminho.




Se hoje, alcanço a linha do horizonte repleta de sonhos e agradecida a Deus é porque tenho comigo exemplos de vida. Compartilho e apreendo experiências, com àquele que é peça fundamental no grande palco da vida: Você! Elemento este, capaz de azedar ou dar sabor à vida, a minha vida.



Brindemos, pois, a vida!

quarta-feira, 30 de março de 2011

conquistando o impossível - Jamily




Acredite

É hora de vencer

Essa força vem de dentro de você

Você podeAté tocar o céu se crer .... Acredite

Que nenhum de nós

Já nasceu com jeito pra super-herói

Nossos sonhos a gente é quem constrói

É vencendo os limites

Escalando as fortalezas

Conquistando o impossível pela fé

Campeão, vencedorDeus da asas

Faz teu vôoCampeão, vencedor

Essa fé que te faz imbatível

Te mostra o teu valor

Tantos recordes, você pode quebrar

As barreiras você pode ultrapassar

E vencer

segunda-feira, 28 de março de 2011

saudade (1)


Deve ser saudade o sentimento que navega neste silecioso mar interior..

Lágrimas insistem em acariciar minha face, enquanto procuro administrar os pensamentos. Coisa da idade, de uma mulher com alma de menina. Alguém que, bem cedo, aprendeu a ser gente grande. Trocou as bonecas e panelinhas de brinquedo pela tripla jornada feminina.


Falta-me palavras nessas horas, capazes de colorir todo o universo interior. Fotografar o que as palavras não conseguem registrar.. São tantos sentimentos reunidos, lembranças saltitantes, esperança que surge em cada letra, de cor e forma, reconhecíveis.


Deve ser saudade o sentimento que traz, à mente, o sorriso de cada irmão; os momentos bons ao lado da família, ainda menina, sentados todos, numa sala pequenina, ao redor de uma mesa, tendo ao centro uma velha lamparina..O que se ouvia além do grilo, sapos, barulho do vento nas campinas, quando do temporal a luz fugia e, todos aproveitavam para conhecer um pouco das histórias de familia? Narrativas...


Sempre que amigos novos chamam à porta, lembro-me dos que um dia partiram horizonte à dentro. Cá fora, fico a imaginar o tempo , o momento, as alegrias e situações vividas. Imaginar a possibilidade do reencontro.


A Saudade é como beija-flor..



veronica eugenio-Publicado no Recanto das Letras em 04/11/2005Código do texto: T67443

terça-feira, 15 de março de 2011

A Águia e a galinha - uma metáfora da condição humana

"Um camponês criou um filhotinho de águia junto com suas galinhas. Tratando-a da mesma maneira que tratava as galinhas, de modo que ela pensasse que também era uma galinha. Dando a mesma comida jogada no chão, a mesma água num bebedouro rente ao solo, e fazendo-a ciscar para complementar a alimentação, como se fosse uma galinha. E a águia passou a se portar como se galinha fosse,embora a águia fosse o rei/rainha de todos os pássaros.
Depois de alguns anos, este homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista. Enquanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista:
- Isto não é uma galinha, é uma águia!
De fato – disse o camponês. É águia. Mas eu criei como galinha.Ela não é mas uma águia. Transformou-se em galinha como as outras, apesar das asas de quase três metros de extensão.

- Não – retrucou o naturalista. Ela é e será sempre uma águia.

Pois tem um coração de águia. Este coração a fará um dia voar ás alturas
Não, não – insistiu o camponês. Ela virou galinha e jamais voará como águia.


Então decidiram fazer uma prova.
O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e desafiando-a disse:

- já que você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não a terra, então abra suas asas e voe!
A águia pousou sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para junto delas.


O camponês comentou: - Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha!


- Não – tornou a insistir o naturalista. Ela é uma águia.
E uma águia será sempre uma águia. Vamos experimentar novamente amanhã.

No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no teto da casa.

Sussurrou-lhe: - Águia, já que você é uma águia, abra as suas asas e voe! Mas quando a águia viu lá embaixo as galinhas, ciscando o chão, pulou e foi para junto delas.


O camponês sorriu e voltou à carga: - Eu lhe havia dito, ela virou galinha!


O naturalista disse: - Amanhã, veremos...


No dia seguinte, logo de manhã, eles subiram até o alto de uma montanha.


O naturalista levantou a águia e disse:


- Águia, veja este horizonte, veja o sol lá em cima, e os campos verdes lá em baixo, veja, todas estas nuvens podem ser suas. Desperte para sua natureza, e voe como águia que és...A águia começou a ver tudo aquilo, e foi ficando maravilhada com a beleza das coisas que nunca tinha visto, ficou um pouco confusa no inicio, sem entender o porquê tinha ficado tanto tempo alienada.
Então ela sentiu seu sangue de águia correr nas veias, perfilou, de vagar, suas asas e partiu num vôo lindo, até que desapareceu no horizonte azul."


Autor: James Aggrey

Esta história pode ser vista no livro de Leonardo Boff, com o mesmo título: A águia e a galinha.
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Bodas


Não Se perderá o amor
nas linhas do tempo
enveredar-se-a
por trilhas e encruzilhadas
de forma que floresça
de forma como outrora.


Não há de Ser o cotidiano
elemento capaz de dar fim
a singular sentimento
trazendo descontentamento e culpa àqueles
que, sem saber como explicar
possam sentir-se sós, mesmo juntos.




Não há de se embalar em
descontentes berços, os frutos da semente
que um dia brotou
floresceu e
agora vê-se adormecido em ensebadas
páginas de um álbum.

Eis que na vida
resgatam-se sentimentos
adormecidos
mal costurados
outrora tão bem desenhados nas faces
dos então
enamorados
amantes.

Renascem, jamais morrem-se os sonhos
mesmo quando viradas
as páginas de parte da vida.
Sobrevive-se
restaura-se
constrói-se laços de afetividade
quando tatuado n'alma
fragmentos de amizade, respeito e felicidade!






quarta-feira, 9 de março de 2011

Pelas ruas da cidade (1)

" Os espaços preenchidos pelos elementos que constituem uma cidade, bairro, comunidade,
retratam a cultura e perspectiva de um povo; são casas, prédios, comércio,
Teatros, escolas, praças, ruas e, avenidas ou alamedas, que tantas vezes passam despercebidos aos olhos, e no entanto,Carregados de lembranças, que se, revirados pelo vento da pesquisa e investigação, podem virar histórias ..."
Verônica Eugenio





Pelas Ruas da Cidade


Embora se more muito tempo numa idade, sempre há algum local que não se conhece plenamente ou que fale mais alto à memória. Os habitantes constituem parte da cultura de uma comunidade, tanto quanto seus elementos materiais, favorecendo aos que Chegam e saem, resgatar aquilo que tantas vezes alguns moradores ignoram, e que, ao serem despertos para valores culturais, passam a valorizá-los.


A percepção e descrição dos espaços e seus elementos, desde a arquitetura a memória individual e coletiva, devem ser desenvolvidas, para que se possa valorizar , resgatar e preservar elementos citadinos capazes de destacar e conservar a cultural local.

Desta forma, um tour pela cidade, a começar pelas ruas do bairro até o local de trabalho, escola, pode despertar no indivíduo o senso de coletividade; fazê-lo, inclusive despertar para mudanças que, por meio de seu olhar, possa visualizar e oportunizar crescimento e mudanças.

Desta forma, de câmera em mãos, um breve descrição dos elementos constituintes do percurso realizado diariamente pela pesquisadora, até ao local de trabalho.



Sorôco, sua mãe, sua filha...
(Guimarães Rosa)

Vista do hospital e clínica psiquiátrica - Santa Izabel.







- A gente se esfriou....


A rua e seus moradores são silenciosos, talvez em respeito à seus visitantes incomuns, que ora dormem, ora despertam de suas imaginações, devaneios. Solidão , saudade, medos.. os gritos, os choros, o cantar as vezes despertam os moradores mais próximos, trazem medo e angustia aqueles que pelas redondezas transitam. Ignoram que tantas vezes os loucos não são os que estão dentro de quatro paredes, mas sim, os que se deixam aprisionar pelo sistema.

A escolha do ângulo , demonstra estar a clinica situada numa parte mais alta da rua. Ocorre uma visualização de parte do hospital, de seus muros, com foco para uma abertura central, onde se recebe alimentos, mercadorias e também ocorre descarga do lixo proveniente do hospital. A visualização desta ala do hospital pelos transeuntes, permite observar roupas penduradas nas grades, ser abordado por uma das mulheres ali alojadas a solicitarem alguma coisa. Ser confundido por um familiar dos então hóspedes da solidão. A fragmentação da imagem, em vez da fachada principal, em detrimento à fragmentação do ser.



terça-feira, 8 de março de 2011

Socrates


"Eu sou a minha alma’ - máxima de Sócrates em relação à imortalidade da alma, há mais de 2.400 anos.
Considerado um preguiçoso por sua esposa Xantipa; um deus para os jovens e perturbador da ordem e da lei, para os letrados da época, com sua maneira simples de viver, sua única preocupação era, certamente, a justiça social, reconhecido com um estimulador do pensamento e, para isso, não mediu esforços, dedicando-se a reflexão e propagação de seus pressupostos.


Preocupado com a tarefa da filosofia, a verdade a ser ensinada a partir dela, afirma que, assim como nos vemos refletidos num espelho, a alma conhece a si própria ao analisar a sua parte racional e a sua parte espiritual. No diálogo mantido com Alcebíades,[1]afirma ‘ não poder indicar parte da alma que seja mais divina do que aquela que moram o conhecimento e o pensamento.



Em Fedom, o filósofo registra, nos oito capítulos constantes da obra, a imortalidade da alma, esta fundada na filosofia da psyké; no dualismo antropológico – como se apresenta alma humana em cada momento; na teoria do conhecimento – distinção entre mundo sensível e inteligível; na teoria das idéias inatas - qualidade do conhecimento sensível.



Alguns artista retratam um pouco do momento vivido pelo filósofo, antes de ser envenenado. Um mestre diante dos amigos, seguidores e, da morte, sem no entanto sentir-se intimidado por esta. A tela “ A morte de Sócrates”,

[2] nos remete à reflexão ao observar a forma como os supostos adornos da alma: a justiça, a liberdade , a temperança e a verdade, tornaram-se sua prática de vida.


Mesmo após sua morte, suas palavras permitem a reflexão e, principalmente, observar a forma como são perseguidos, aqueles que fogem ao condicionamento, visualizam beirais, alcançam vôos, quando, nem mesmo a taça de cicuta permitiu que se apagasse a crença de que “ morre-se o invólucro da alma, jamais ela. “
Portanto, “ Ides para vossas vidas! “




[1] Extraído de Alcebíades I, de Platão.

[2] imagem no formato jpeg

Mulher


Mulher


É menina, É mulher
É aquela que,
ao nascer, disse o anjo;


" vai ser varoa de fé
poeta, dançarina, equilibrista
mulher que não foge da raia
arregaça a manga
não chora de dor
encara as batalhas
com ramo de fé!"


Dos tempos de criança, simbólicas brincadeiras
de rodas
médico
bonecas
panelinhas, fogão e galhos secos
Oficina para ser
Recreadora
amante
Cozinheira
Arrumadeira
Artesã
Profissional
Mãe!



Quando o céu se faz nublado
Deita os olhos
num arco-iris de versículos
vai pra academia
caminha
abre o coração pras amigas;
quando o dia se vai alto
agradeçe a Deus pelos cuidados
sem fim
anima-se, sonha de olhos abertos;
Se as ondas balançam o barco
Chora,
Ora,
recolhe-se sob o Manto de Maria;
quando a vida parece esquecer-se dela
lembra-se dos afagos dos manoamigos:


gatinha, maninha, lindona,
florzinha,
loirinha
morena
baixinha
menina dos olhos do poeta...


Doce afago ao coração
que a faz voltar pra vida
encarrar as batalhas
aprumar a postura
ser feminina, dengosa
sutil, inteligente
poeta
afinal, do pó , do barro
das costelas de Adão
das mãos de Deus nasceu


Mulher!!

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Nunca mais o vi...

(...)

Não sei se pardal, beija-flor ou bem-te-vi
somente sei que
nunca mais o vi...

Se amigos são como pássaros
que

ao amanhecer
nos despertam para o dia ensolarado
ou, de repente,

invadem nossos ambientes
por anda você
pardal, beija-flor ou bem-te-vi?

"Necessito de tu canto/para o despertar da vida
de tu asas a bailar no espaço /
tal como beija-floresa oferecer alegria."

Amigos,

são sinõnimos de bons presságios
seres que desfrutam da afeição do Criador
que não podem ficar engaiolados
nem tão pouco


esquecidos..

"Por onde anda você pássaro
das manhãs exteriores

de terras inda por descobrir

deitastes teus sonhos viajantes
em ninhos distantes?"

Pássaros,
seres que encantam as manhãs,
tantas vezes nublada de nosso interior;
Amigos,
acordes capazes de despertar
sonhos adormecidos...


não sei se pardal, beija-flor ou bem-te-vi
somente sei que
que necessito de tu"amizade pra me fazer sorrir..


Quero Sim - Paula Fernandes
Eu tô com saudade
Da nossa amizade
Do tempo em que a gente
Amava se ver
Eu não sou palavra
Eu não sou poema
Sou humana pequena
A se arrepender

Às vezes sou dia
Às vezes sou nada
Hoje lágrima caída
Choro pela madrugada
Às vezes sou fada
Às vezes faísca
Tô ligada na tomada
Numa noite mal dormida

Eu tô com saudade
Da nossa amizade
Do tempo em que a gente
Amava se ver
Eu não sou palavra
Eu não sou poema
Sou humana pequena
A se arrepender

Às vezes sou dia
Às vezes sou nada
Hoje lágrima caída
Choro pela madrugada
Às vezes sou fada
Às vezes faísca
Tô ligada na tomada
Numa noite mal dormida

Se o teu amor for frágil e não resistir
E essa mágoa não ficar eternamente aqui
Tô de volta a imensidão de um mar que é feito de silêncio

Se os teus olhos não refletem mais o nosso amor
E a saudade me seguir pra sempre aonde eu for
Fica claro que tentei lutar por esse sentimento

Diga sim, ouça o som
Prove o sabor que tem o meu amor
Cola em mim a tua cor
Eu te quero sim, sem dor ( 2x )

Às vezes sou dia
Às vezes sou nada
Hoje lágrima caída
Choro pela madrugada
Às vezes sou fada
Às vezes faísca
Tô ligada na tomada
Numa noite mal dormida

Se o teu amor for frágil e não resistir

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Sou um ponto Elemento visual real tantas vezes pequeno em relação a um plano maior. Um ponto que penetra espaços vazios de sentimentos emoções. Sozinha Sou apenas um ponto mas que ao aglutinar-me viajo no universos das possibilidades fusão do verbal com o visual na complexa sintaxe da vida.