Arte e cultura de Cachoeiro; Crônicas, poesias, artigos. Literatura e Cultura local.
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
Águas do Itapemirim
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Fim de tarde...
São poucos e, no entanto, oferecem aos olhos e alma a certeza de que o espaço não é vão. Talvez à procura de um ambiente que os acolham, assim como os deslocados homens à metrópole que lhe compacta os sonhos, sente-se como parte de um conjunto habitável por todos, já não mais voa, apenas caminha ora pela grama , ora pelo calçadão.
Centralizada na lente da câmera e descentralizada de seu habitat, ave que se abriga no silêncio dos que por ali se fazem presentes, que, assim como os presentes, passa a fazer parte do conjunto que se estabelece no centro da cidade.
Assim como os homens que arregaçaram as mangas e lutam por dignidade e cidadania, avança passo a passo entre os transeuntes, procura abrigo do calor dos prédios aquecidos, esconde os olhos ao brilho produzido pelo reflexo dos veículos, alimenta-se das sobras de alimentos. Sacia a sede nas poças que se formam próxima ao chafariz.
Não mais teme os que dela se aproxima. Talvez, assim como os contemporâneos homens, sinta-se parte integrante da sociedade, tenha se desintegrado de si próprio para adequar-se a realidade moderna. O mundo real colado a um particular olhar. A frieza da máquina e o congelamento das idéias, num pedaço de papel.
A reflexão de um breve momento que se arrasta metrópoles afora.
tarde de domingo
Em meio aos transeuntes, aos que descansam os pés, talvez da longa caminhada pelas ruas da cidade, aos que procuram abrigo em meio à verticalidade, descanso aos olhos, procuro acomodar as lentes da câmera à imagem que se apresenta.
São poucos e, no entanto, oferecem aos olhos e alma a certeza de que o espaço não é vão. Talvez à procura de um ambiente que os acolham, assim como os deslocados homens à metrópole que lhe compacta os sonhos, sente-se como parte de um conjunto habitável por todos, já não mais voa, apenas caminha ora pela grama , ora pelo calçadão.
Centralizada na lente da câmera e descentralizada de seu habitat, ave que se abriga no silêncio dos que por ali se fazem presentes, que, assim como os presentes, passa a fazer parte do conjunto que se estabelece no centro da cidade.
Assim como os homens que arregaçaram as mangas e lutam por dignidade e cidadania, avança passo a passo entre os transeuntes, procura abrigo do calor dos prédios aquecidos, esconde os olhos ao brilho produzido pelo reflexo dos veículos, alimenta-se das sobras de alimentos. mata sua sede nas poças que se formam próxima ao chafariz.
Não mais teme os que dela se aproxima. Talvez, assim como os contemporâneos homens sinta-se parte integrante da sociedade, tenha se desintegrado de si próprio para adequar-se a realidade moderna. O mundo real colado a um particular olhar. A frieza da máquina e o congelamento das idéias num pedaço de papel. A reflexão de um breve momento que se arrasta metrópoles afora.
pequenas coisas...
As coisas vêm
As coisas vão
As coisas
Vão e vêem
Não em vão
As horas
Vão e vêm
Não em vão
(Oswald de Andrade –
Cânticos dos Cãnticos para flauta e violão)
domingo, 21 de novembro de 2010
SOB AS LENTES DE UM VISOR
Em relação a eles, era força maior, então resolvi sentar e ainda de frente, tentei imaginar o que faziam ali, naquela sala e mesa vazia de outros objetos. Imaginei-me com uma câmera em mãos. Na impossibilidade, pequei um pedaço de papelão, que servia de descanso para o mouse e fiz um pequeno visor. A partir da imaginação comecei a focar diferentes possibilidades de fotografá-los.
Lembre-me das aulas de desenho. Ainda com visor em mãos, fui até o armário, que fica em um dos cantos da sala e comecei a desenhar os copos, a partir do campo de visão permitido pelo visor. Primeiro de frente; depois lateral e finalmente, esquina.
Uma tarefa não muito fácil. Se frente a frente, sem o visor , eram apenas três copos sobre a mesa, dentro do campo do visor, pareciam maiores. Como retratá-los dentre de tão pouco espaço? Ao observar o desenho, vi que os copos pareciam ter tamanhos quase idênticos aos do modelo. Que embora sobre a mesa os espaços fosse idênticos, no desenho entre um e outro, percebia espaço maior. Não era uma réplica perfeita.
Ao tentar representá-los em fila indiana, o desafio foi ainda maior. Se o espaço do visor era limitado, no desenho torna-se bastante amplo. No campo do visor , no entanto, a imagem torna-se perfeita. No desenho, o fundo/espaço em branco ainda me incomoda. Em relação ao tamanho/forma, observo a relação de tamanho em referência com objeto em estudo.
Tentei um ângulo meio de esquina. Embora estáticos sobre a mesa, apenas eu a movimentar-me de cá para lá, percebo que adquirem vida. Quase que modelos para meu pequeno e simplório visor. Capto melhores ângulos. Um sopro e eles estariam debaixo da mesa e eu sem meus modelos fixos... Fico a imaginar a capacidade de focar modelos vivos e os móveis, estes ainda mais difíceis, dado a capacidade de domínio sobre os fixos.
Imagino se alguém abrisse a porte e se deparasse comigo e meus aparatos e ainda tivesse que apresentar meus modelos fixos..mas é uma universidade, aqui é comum a quase todos o campo de observação, experimentos bastando apenas justificar o porquê de tantos imaginários flash e focos.
Uma vez desviado o foco de atenção, lembro-me dos estudos de Curtis, 1978:11, quando ao parafrasear Sartre afirmou que “Toda imagem sempre implica a uma física”. Se tivesse uma câmera de vídeo em mãos, os copos certamente adquiriram vida, de bi para tridimensional, mesmo silenciosos, quase com congelados no tempo e espaço.
Se considerados apenas o contexto,era apenas três copos descartáveis sobre uma mesa de madeira, num ambiente fechado e com iluminação artificial. Porém, visto sob o enquadramento de um visor tornam-se elementos físicos capazes de serem captados e recriados fora de seu local de origem, adquirindo forma e representatividade dentro de um contexto então, ficcional.
Percebo que executo um ritual pré-fotográfico ao desenhá-los dentro de seu tempo espaço: três copos de boca para baixo para, dentro porém do enquadramento das lentes imaginárias de um visor. Quatro linhas e três elementos versus uma folha e muitos espaços em branco.
Penso que o ato de fotografar não compromete o desenhar, mas percebo que este permite complementações, exige técnicas para que os elementos não se tornem soltos nos espaços, enquanto que a fotografia possui um campo mais amplo de visão, valendo-se ainda , talvez, do que tenha sido meu mote inicial: a subjetividade do olhar.
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Modelagem
Por Verônica Eugenio
2- Síntese do Processo de Modelagem ( banner)
3- APRESENTAÇÃO
O processo de Modelagem, a princípio, parece ser simples, atividade tão somente lúdica. Porém, com decorrer da atividade, observa-se oportunizar a interação com demais disciplinas e conteúdos estudados, tal como pode ser observado na síntese em foco ( banner), em que foi focado a História da Arte e a Sintaxe Visual – conjunto de informações
A obra em estudo representa a criação artística voltada para liberdade , expressão e valorização do ser, sua sensibilidade criativa; ( Renascimento) valorização da imagem que, adquire diferentes leituras a partir do olhar do outro e ainda, a oportunidade de diálogo com outras artes, tal como a poesia.
sábado, 25 de setembro de 2010
A idade das descobertas
Na verdade, imaginei que, ao se debulhar a idade, poderia desfrutar de algumas comodidades, feito minhas avós, mãe, tias, ou seja, a aposentadoria, o poder curtir a casa de praia, os amigos, sentir-me realizada ao ver os filhos crescidos, independentes, não precisar mais viver debaixo dos ponteiros do relógio a ditar-me os compromissos.
Não é conversa de quem está cansada, frustrada, não! trata-se afinal, de meio século de vida. Sabe o que é isso? Nascer, crescer, crescer, casar, procriar, cuidar e cuidar, esquecer-se de si, trabalhar, ver crescer e crescer os filhos e, finalmente , ganhar asas. Ambos! É aquela história do nascer, crescer, ter filhos, escrever um livro e morrer, pula esta parte.
Mas parece que, ser cinqüentenária no século atual, não é como o ser no tempo em que eu ainda era moçoila...Lembro-me de ter visto minha mãe jovem, adulta, senhora e agora, a contemplo idosa. Assim como lembro-me, perfeitamente, das flores colhidas ou arrancadas pelo vento, de cada estação por ela vivida; assim como dos espinhos que lhe espetavam as mãos, arrancava-lhe sangue, tantas vezes. E como admiro vê-la agora radiante, aos seus 84 anos, mesmo com o peso dos ossos, com a pele toda enrrugada, sozinha em seu jardim antes florido.
Assim como recordo, perfeitamente, de minha avó , com seus cabelos enormes, o penteá-los cuidadosamente e fazer o tradicional cóqui. A pele sem nenhum pó, beleza que vinha d”alma, assim como as de minha mãe e tias. Lembro-me, inclusive, do perfume de minha avó. O mesmo que se espalhava pelos quartos, nas roupas de dormir e que, numa quase doença, os tento manter ainda hoje em cada cômodo de minha memória, da casa, ao repetir o ritual. Não me recordo o dia em que as tenha visto, ao acordar, ainda de camisolas, desalinhadas. Mesmo quando acamadas, impossibilitadas, cuidavam-se antes de nos receber em seus aposentos.
Hoje, ao acordar, olhei-me atentamente ao espelho; pensei se algum filho tem observado as transformações por mim sofridas. Magrela sempre fui e parece que o serei. Mas as mãos, o rosto, os cabelos, estes , a cada dia se aperfeiçoam, sim adequam ao peso de meus ossos, a minha musculatura, perfil. E engraçado que, embora eu nunca as tenha perguntado, como se sentiam diante das mudanças, sinto-me perfeitamente conectada às minhas transformações. É algo que me faz bem, é como olhar o dia surgir a cada amanhecer e deitar-me, já altas horas, com o mesmo coração agradecido. Não temo envelhecer, temo mesmo é as pessoas que insistem em me tirar a paz conquistada. Não gosto de que me façam vestir como se ainda fosse uma moça; que me queiram esconder as imperfeições da pele com máscaras e pós sobre pós, cobrir os meus tão admiráveis cabelos brancos, imediatamente, embora os cubra desde os 25 ,devido a genética, quando todos da família os passam a possuir depois dos 20 anos, sabendo que, hora surge em que os poderei admiti-los, sem medo de ser taxada de cafona.
Não temo as mudanças advindas com o decorrer do relógio na parede; nas transformações que surgem no corpo, temo mesmo é forma cruel como alguns nos reparam e se desesperam diante do renovar da vida. Alguns passam a impressão de como estivéssemos nos desfazendo no tempo e vejo algumas colegas fazendo plástica até no umbigo. O medo do marido não amar mais seu corpo, de não arrumarem mais namorados. Cuidam do exterior e afogam seus desencantos, insatisfações, tantas vezes, em doses e doses de remédios para dormir.
Mudanças. Porque assustam tanto algumas pessoas? Porque perseguem , alguns, falsas aparências, esquecendo-se daquilo que nunca morre interiormente: a alegria verdadeira, o prazer de viver sabiamente, o viver cada momento como ele é, sem máscaras ou medicamentos. Infelizmente, ainda não se criou a plástica interior, a da renovação” almática”.
Breve serei cinqüentenária. Quero ser avó, no tempo certo. Quero conhecer meus netos e bisnetos, porque não tataranetos. Quero que, assim como minha geração, possam ver meu retrato na estante, parede, álbum de família e, ouvi-los dizer “como era bela, vovó! E sentir o afago de suas mãos dentro das minhas, seguros, certos de que atrás de meus cabelos brancos, minhas possíveis rugas, habita alguém que sobreviveu as intempéries da vida.
Ao nascer, deu-me Deus o sopro da vida. Ao morrer, quero devolvê-lo ao criador com a certeza de que meus dias foram cumpridos com garra e orgulho. Que sejam meus cabelos brancos, a seu devido tempo, o véu da pureza de minha alma, sempre criança.
sábado, 21 de agosto de 2010
Árvore Genealógica
domingo, 16 de maio de 2010
Rembrandt e a arte da gravura
Maravilhoso poder visualizar as obras de Rembrandt! Conhecer um pouco mais sobre a gravura e as técnicas da água -forte e da ponta-seca, por ele desenvolvidas.
Na exposição visitada, também na capital, infelizmente, não se pôde tirar fotos. Mas foi possivel conhecer um pouco da Holanda do século XVII; as graviuras e destino das matizes, acervo e biografia.
" Rembrandt elaborou muitos auto-retratos." Deixo aqui o meu preferido para você!
B10 Auto Retrato, franzindo as sobrancelhas
Michelangelo
grafite
Lápis 4b,6b, papel Canson – maio/2010
As dobras, as linhas, as impressões, fizeram com que me lembrasse dos ternos de Linho Branco. Brilhantes, impecáveis, passados à goma e, do nada, tão desalinhados, num simples sentar.
Marcas que não se havia como notar, e que se tornam totalmente perceptíveis, quando retratadas , captadas pelo olhar crítico de algum observador.
Aos poucos o lápis registra, capta, sugere, retrata algo que emerge do nada. O mesclar de linhas horizontais e verticais, as sombras , o abstrato que sugestiona o desejo de unir. Quase que um quebra cabeças que se completa em sua incompletude, quando o perceptivel se confunde com impressões tatuadas no próprio desenho.
Mais uma vez o domesticar os olhos a percorrer caminhos antes nunca trilhados; Não sob ótica detalhista, mas uma estética capaz de traduzir em linhas, sombras e tonalidades, e quem sabe, despertar alguma imagem adormecida.
O que me faz lembrar de uma certa foto, a de meu velho pai, no altar, à espera de minha mãe, com seu terno de linho branco, completamente sem dobras. Somente agora, ao fazer as dobras da manga, da perna, veio-me a imagem à mente... “ preciso rever a foto, já que ambos não os tenho mais.. “ O terno, com o tempo, resguardado no armário do quarto ou de tanto ser usado, por não ser possivel mais desfazer as dobras, deve tê-lo jogado fora, minha mãe; Meu pai, assim como ele, não resistiu as dobras da vida e dobrou à esquina. Ficou em minhas mãos somente a foto dele com o terno branco e a certeza de que as dobras nunca mais serão imperceptiveis...
Impressões, apenas., de quem precisa administar os lápis com destreza, descobrir o grafite que melhor descreva aquilo que a alma tantas vezes não quer registrar...
Sou esta mulher que anda comigo?
Embora já tenha realizado tarefa semelhante com alunos, nunca havia desejado me auto-desenhar. E ao realizar tarefa semelhante, percebi o quanto se é difícil deparar o eu interior com o exterior. Aquilo que achamos que vemos do que realmente somos. Ou diz o lápis ser... O que me faz lembrar do belíssimo poema da minha amada Hilda Hilster: Sou esta mulher que anda comigo?
Desde o princípio surge o questionamento, o ter de confrontar duas faces antes nunca vistas: interior e exterior. Mente o espelho? O côncavo e o convexo... O ter que observar detalhes, linhas, tentar ajeitar aquilo que não se gosta e descobrir que as mãos não obedecem. Sim, parece que a essência domina os dedos, os olhos captam àquilo que, às vezes, o coração oculta, ou não quer ver...
Mas como mente este papel rasurado de linhas e que, inutilmente, deitei a borracha por diversas vezes. Sim, desculpe-me, mestre! Mas impossível desenhar aquilo que nunca se viu... E, ao terminar, o choque!
Esta não sou eu!
Devo ter tirado do fundo de minha mente, algo meio adormecido... imagem de infância, talvez uma professora chata ou apenas fruto do meu astigmatismo. Sempre falo com meu oftalmologista: aumenta o grau!!!
Mas não adianta. Agora terei que conviver com ela. É como se eu descobrisse uma irmã da noite para o dia e ainda me dissessem: são gêmeas! E fico aqui a contemplá-la. Ela com seus imensos olhos, quase que desejosa de saltar do papel. Eu e minhas minúsculas meninas dos olhos, querendo esconder-se ainda mais de tão enigmático olhar.
Penso na finalidade da atividade, no foco do curso e vejo que a cada módulo algo de novo surge, mas não no papel, mas sim, nas mãos, no olhar, no modo de pensar. É como se tivesse tesouras em lugar de dedos e tivesse que me adaptar ao novo ritmo de vida.
O ter que conviver a cada módulo com mãos que falam; olhos que vêem o que não viam antes, o pensar lento, falar e enxergar além da aparência do ser e das coisas. E fica mesmo o desejo de, até o fim do curso, ajeitar o desenho de forma que se pareça realmente comigo, ou pelo menos, com esta que surge a cada manhã no meu imenso espelho exterior. Afinal, não posso ser esta mulher que anda comigo....
Seguidores
Quem sou eu
- Verônica
- Sou um ponto Elemento visual real tantas vezes pequeno em relação a um plano maior. Um ponto que penetra espaços vazios de sentimentos emoções. Sozinha Sou apenas um ponto mas que ao aglutinar-me viajo no universos das possibilidades fusão do verbal com o visual na complexa sintaxe da vida.