domingo, 17 de abril de 2011

Sétima Arte:: Expressão Poética e Artística


As telinhas do cinema e, até mesmo, das salas de estar dos apaixonados pela sétima arte, na maioria dos momentos e contextos, são fios condutores de cultura e conhecimento.

Assim como a música, a pintura, o teatro e a literatura, um bom filme pode resgatar e proporcionar ao observador, momentos que vão desde registros sócio-culturais, ao resgate pessoal de sentimentos, respeito pela arte e cultura, visão antropológica dos seres, o que proporciona aprimoramento do saber adquirido e por adquirir. Imagens e palavras que alçam voos e penetram, silenciosamente, no universo interior do observador.

Não diferentemente das demais artes, devido a autenticidade a ela conferida, retira o véu que tantas vezes cobre a realidade, utilizando-se de recursos relacionados à realidade, para estabelecer contato com o público, garantindo, desta forma, o prazer aliado ao poder quase que catártico.

Estética e autonomia, idealizadas por Platão e que, no século atual, permitem identificar a forma como, arte e imagem se relacionam, informam e influenciam o ser, transportando-o tantas vezes de seu universo interior limitado, para universos capazes de promover mudanças desde pessoais a sociais.

Uma vez que palavra e imagem retomam ao significado/significante, a imagem torna-se signo capaz de estabelecer o diálogo entre arte e público, de forma que as características a ela inerentes, adquiram autenticidade, tal como ocorre em “ O Carteiro e o Poeta - quando o trabalho com a palavra estabelece contato com o interlocutor.

Para este fim, tendo como foco central a história de amizade entre um poeta exilado e um carteiro quase analfabeto, observa-se a poesia como ferramenta que excede ao valor meramente artístico, para tornar-se elo de intercessão entre o belo desejável e o belo idealizado.

O carteiro, o poeta e a poesia, formam o triângulo amoroso que, a cada cena, despertam , por meio das palavras, a percepção do interlocutor. Um diálogo que se estabelece nos recursos semânticos e estéticos, quando até mesmo os sons presentes na natureza, característicos do espaço local são utilizados para validar a leitura do belo.

A arte da palavra versus a arte da percepção, como instrumento capaz de remover falsas crenças, valores e preconceitos, em detrimento do despertar da percepção, esta capaz de aguçar os sentidos do interlocutor e proporcionar ressignificação do dizer e saberes. Uma expressão da Autonomia da arte que, ora mescla realismo, ora idealismo.

Se para Marcuse, “a grande arte é revolucionária, subversiva da compreensão e percepção,” ao trazer para a tela, no filme “ A moça com brinco de pérolas” , imagens que retomam a arte, baseada em fatos reais, substituindo as palavras por imagens que descrevem todo o momento, significa mesclar realidade com naturalismo de Osborne.

Baseado na vida de um dos grandes mestres da pintura renascentista, Weermer, o interlocutor depara-se com noções da estética de Platão e a mimesis de Aristoles; a possibilidade de ver a filha de um aspirante das artes plásticas, tornar-se musa, quando Cornélia é a metáfora da percepção, esta que proporciona ao interlocutor, perceber o mundo, despertar sonhos, posicionar-se ante as aparências e a realidade das coisas.

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Sou um ponto Elemento visual real tantas vezes pequeno em relação a um plano maior. Um ponto que penetra espaços vazios de sentimentos emoções. Sozinha Sou apenas um ponto mas que ao aglutinar-me viajo no universos das possibilidades fusão do verbal com o visual na complexa sintaxe da vida.