sexta-feira, 31 de julho de 2009

saudade


Deve ser saudade o sentimento que navega neste silecioso mar interior..Lágrimas insistem em acariciar minha face, enquanto procuro administrar os pensamentos.

Coisa da idade, de uma mulher com alma de menina. Alguém que, bem cedo, aprendeu a ser gente grande. Trocou as bonecas e panelinhas de brinquedo pela tripla jornada feminina.

Falta-me palavras nessas horas, capazes de colorir todo o universo interior. Fotografar o que as palavras não conseguem registrar.. São tantos sentimentos reunidos, lembranças saltitantes, esperança que surge em cada letra, de cor e forma, reconhecíveis.

Deve ser saudade o sentimento que traz, à mente, o sorriso de cada irmão; dos momentos bons ao lado da família, ainda menina, sentados todos, numa sala pequenina, ao redor de uma mesa, tendo ao centro uma velha lamparina..

O que se ouvia além do grilo, sapos, barulho do vento nas campinas, quando do temporal a luz fugia e, todos aproveitavam para conhecer um pouco das histórias de familia? Narrativas...

Sempre que amigos novos chamam à porta, lembro-me dos que um dia partiram horizonte à dentro. Cá fora, fico a imaginar o tempo , o momento, as alegrias e situações vividas. Imaginar a possibilidade do reencontro.

A Saudade é como beija-flor..


Crônicas...

Casa dos Braga.
O DESAPARECIDO
Rubem Braga


Tarde fria, e então eu me sinto um daqueles velhos poetas de antigamente que sentiam frio na alma quando a tarde estava fria, e então eu sinto uma saudade muito grande, uma saudade de noivo, e penso em ti devagar, bem devagar, com um bem-querer tão certo e limpo, tão fundo e bom que parece que estou te embalando dentro de mim.

Ah, que vontade de escrever bobagens bem meigas, bobagens para todo mundo me achar ridículo e talvez alguém pensar que na verdade estou aproveitando uma crônica muito antiga num dia sem assunto, uma crônica de rapaz; e, entretanto, eu hoje não me sinto rapaz, apenas um menino, com o amor teimoso de um menino, o amor burro e comprido de um menino lírico. Olho-me no espelho e percebo que estou envelhecendo rápida e definitivamente; com esses cabelos brancos parece que não vou morrer, apenas minha imagem vai-se apagando, vou ficando menos nítido, estou parecendo um desses clichês sempre feitos com fotografias antigas que os jornais publicam de um desaparecido que a família procura em vão.

Sim, eu sou um desaparecido cuja esmaecida, inútil foto se publica num canto de uma página interior de jornal, eu sou o irreconhecível, irrecuperável desaparecido que não aparecerá mais nunca, mas só tu sabes que em alguma distante esquina de uma não lembrada cidade estará de pé um homem perplexo, pensando em ti, pensando teimosamente, docemente em ti, meu amor.

O que traz o belo dentro de si:
concepções estéticas
condições sociais
espitirualidade
status
sentimentalismo
simplório gênero
metáforas da vida...
Metáfora. Desenho lápis 9b.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

unforgetable....



TRADUÇÃO....

Unforgettable
Natalie Cole


INESQUECÍVEL

Inesquecível, isso é o que você é
Inesquecível, entretanto próximo ou longe
Como uma canção de amor que gruda em mim
Como o pensamento das coisas que você me faz
Nunca antes será alguém a mais
Inesquecível em todos os sentidos
E sempre (e sempre)
Isso é como você ficará (isso é como você ficará)
Isso é por que meu bem, é incrível
Que alguém tão inesquecível
Pense que eu também seja inesquecível.

Não, Nunca antes será alguém a mais
Ooh inesquecível (inesquecível)
Em todos os sentidos (em todos os sentidos)
E sempre (e sempre)
Isso é como você ficará (isso é como você ficará)
Isso é por que meu bem, é incrível
Que alguém tão inesquecível
Pense que eu também seja inesquecível.

I Mostra de Artes - Cachoeiro

Exposição de trabalhos realizados com turmas do EM, a partir do reaproveitamento de materiais como pratos plásticos , disco de vinil e sobras de papéis diversos.
Os desenhos realizados foram feitos com lápis de cor, tinta gouache, grafite e foi realizado ainda, a técnica da colagem.


Apresentação de dança, coreografia , coral , canto e violão abrilhantaram o evento que finalizou o I semestre do ano letivo.

O próximo evento está agendado, quando os alunos terão como meta expor resultados de pesquisas sobre artistas da terra.

A arte de ver , sentir e expressar a vida





O que é a vida senão um palco, uma tela, espaço em que os protagonistas elaboram conceitos, registram idéias, dividem ideais. E o que é a Arte senão uma forma de ver e sentir a vida, os fatos, as pessoas, tudo aquilo que de certa forma dialoga com nosso interior. Lápis que se deixa mover pela emoção, que não se importa de ser possuída por uma alma ,tantas vezes , intraduzível e que as vezes pode se comunicar timidamente, num simples rabisco, outras , numa repetição de pontos realizados por uma agulha de crochet, de bordar, de tricotar ou ainda, manifestando-se na cultural de um povo, comunidade.


Até ingressar-se na escola, o aluno muitas vezes, não sabe identificar seus dons, não realiza descobertas, não expressa de forma clara suas habilidades. Alguns, até manifestam alguns interesses, como para o desenho, dança, canto, despertando interesse de familiares, amigos, até mesmo profissionais ligados a manifestações artísticas, mas a maioria encontra-se em estado de graça, no útero da imaginação.


E é neste contexto de descobertas que a arte, na escola, surge. Uma disciplina que, embora levada por muitos, como brincadeira, é capaz de desenvolver habilidades e talentos; resgatar a identidade, cultivar práticas tantas vezes adormecidas. Pena que muitas vezes o professor, não saiba despertar ou mesmo abafe a expressão artística de seus alunos. Um comentário, atividades repetitivas ou mesmo fora de um contexto. O abafar a expressão para valorizar aquilo que já se tem pronto, construído. Não que o aluno não deva aprender conceitos necessários, imagina se uma dançarina não treinasse horas e horas, se um pintor não aprendesse a misturar cores, se um fotógrafo permanecesse sempre com a máquina de seus antepassados...


E acredito que tenha sido neste contexto que muitos artistas tenham sido gerados ou visto suas habilidades enterradas. Ainda bem que alguns não se deixam dominar e ultrapassam as imaginárias linhas do horizonte. O que nos faz lembrar de algumas aulas de educação artísticas, as tão esperadas, que nos permitiam deitar no papel sentimentos saltitantes; que nos ensinavam a pregar botões, pintar paninhos de prato, brincar de montar casinhas por meio de maquetes, indo desde a escolha de cores das paredes aos objetos de decoração. Eram aulas muito direcionadas a formação feminina? Sim, até porque muitas escolas eram de freiras, mas havia a possibilidade de crescer e visualizar mudanças. Não se tinha ainda, pelo menos no contexto bancário, exemplos de macacos a pintar telas. Era tudo muito figurativo, mas o azul do céu, as ondas do mar, os pássaros, até mesmo os botões eram possibilidades de escolhas. Digamos que até mesmo a margem, aquela que serve de moldura e , hoje, tão desrespeitadas por alguns alunos, serviam-nos de paradigmas.


Os tempos mudaram. Ás vezes penso se para melhor ou pior, se considerado a falta que nos faz um representante artístico capaz de captar a fragmentação do ser de forma não tão simplória ou mesmo confusa. Penso na possibilidade que a formação artística possibilita ao ser. Enquanto tudo é repetição, regras, a arte surge como inovação. Se repararmos, juntamente com a escrita, torna-se capaz de registrar fatos, colocar para fora aquilo que tantas vezes incomoda, destrói ou melhor, poder mudar todo um contexto.


Se no passado a disciplina tenha caráter sócio –educativo, hoje a arte pode resgatar vidas, realizar o mesmo diálogo, porém de forma mais direcionada e menos formal. Artes pode interagir com matemática, ciências, inglês, Português, com a família, com as prioridades do mundo, ajudando no combate a violência, colaborando cognitivamente, ao reconhecer-se capaz de idealizar uma obra sem antes nunca tê-la visto, ao poder resgatar sua identidade, construí-la por meio de uma exposição, oficinas,


Ser professor de Artes trás algumas indagações, questionamentos...afinal, o que será que o aluno precisa aprender para desenvolver suas habilidades? Somos , possuímos todos uma alma artística? Como desenvolver os talentos que tantas vezes já nasce com ele? Como modificar o olhar daquele que não se interessa sequer por manifestar suas habilidades?


Diante de tantas indagações que certamente um professor de tão singular arte traz consigo indagações como : De que forma torná-lo sensível, perceptível ao que está ao seu redor? Como e o que devo ensinar aquele que não tem interesse por nada? Como contribuir com técnicas apropriadas a cada manifestação artística sem desconsiderar o que já esta pronto? Talvez estas sejam as prioridades de alguns professores, a minha, pelo menos diante de tantas possibilidades oferecidas. Identidades construídas tantas vezes sem paradigmas, num contexto onde a arte não oferece apenas retorno financeiro.


Como professor de Arte espero ser capaz de traduzir, em poucas linhas, prática de vida, todo conteúdo a mim repassado no curso. Desejo conduzir meus alunos a grandes descobertas. A andarem por suas trilhas interiores e serem capazes de identificar, naquilo que já foi construído, possibilidades de manifestar-se, crescer, modificar e construir um mundo melhor.


Artista não somente que capta, sente, registra, mas artista capaz de decifrar as necessidades do outro, do mundo. Um pincel , pés, mente, que vai ao encontro do outro.

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Quem sou eu

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Sou um ponto Elemento visual real tantas vezes pequeno em relação a um plano maior. Um ponto que penetra espaços vazios de sentimentos emoções. Sozinha Sou apenas um ponto mas que ao aglutinar-me viajo no universos das possibilidades fusão do verbal com o visual na complexa sintaxe da vida.