quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Fui, vi, gostei e indico!

Museu Casa de Quissamã e a exposição
" Mestres Brasileiros "
Possibilidade de você conhecer 41 réplicas dos Mestres da Semana de Arte Moderna. O evento acontece de 02 a 30 de dezembro, de quarta a domingo, de 10 as 17h com entrada gratuita.
Vale a pena conferir.

sábado, 14 de novembro de 2009

Flor de julho


Rompe entre as folhagens
flor tão branca quanto a estação.
Lá fora, indícios de modernidade
Na alma, o silêncio dos momentos intermináveis.
Proust, Lacan, Benjamin Walter, Apocalipse Now!
Mensagens codificadas
decodificadas
folhas dispersas pelo vento
jogadas aqui e acolá
reunidas num suave movimento
de pensamentos organizados.
Construção
desconstrução do ser
labirintos interiores...
Rompem jardins imensos
folhas ressecadas
pelo vento
brancas pétalas colocadas
sutilmente sobre a terra árida:
Florbela...

Verônica

"Ler e escrever. Para quê? Para quem?"



Você , professor, já parou para pensar nisso? Nilson Moulin, na manhã de sexta, oportunizou aos presentes uma reflexão sobre a leitura, mais precisamente, na escolha de conteúdos direcionados a nossos alunos.

A partir da reflexão de uma de suas obras, foi debatido a questão da linearidade, esta que não se faz presente em uma de suas obras , e ainda, no fator dedicação e mais tempo à leitura, por parte de professores e alunos. Fez-nos refletir no que denominou " República bananeira", quando os profissionais da área da educação pulam de escola em escola para garantir o emprego ficando sem tempo para dedicar-se à leitura.Foi debatido ainda uma questão sempre presente na escola: a falta de bibliografia ao ser trabalhado com os alunos algumas obras.

Quanto a linearidade , faço minha as palavras da mediadora, também professora : "os alunos estão mais do que acostumados, ao navegarem pela internet."

" Mulher é bicho desdobrável" - Adelia Prado



Certamente indescritível, os momentos vividos na bienal, ao assistir a palestra de Ana Miranda, "O olhar de Rubem Braga sobre as mulheres e Bernadette Lyra, "Vivendo no limite do tempo: A experiência de escrever sobre uma mulher do passado do Espírito Santo".


" Se uma avezinha só, já faz verão, imagina duas!" O momento foi ímpar, de uma singularidade incomum. Inicialmente , a visivel emoção e depois contagiante alegria de Bernadette Lyra . Em sua breve , porém, consistente reflexão, direcionaou o olhar dos presentes a três tópicos: como se tece um livro de ficção; no acaso, ou seja, o porquê e para quê escrever sobre o tempo e ainda, sobre seu novo livro, este que fala sobre D. Luisa Grimaldi ou Grinalda, destituída de seu cargo por ser mulher.


Se a Bernadette conduziu os olhares dos presentes para a história e fazer literário, Ana Miranda presenteou o público com emoção e reflexão. Ofereceu aos presentes a oportunidade de conhecer um pouco do universo feminino, tão bem descrito nas crônicas de Braga. Ouvir, conhecer e refletir sobre o olhar de Rubem Braga em relação as mulheres, fez-nos pensar no poder da literatura em resgatar e formar o ser. Acredito que, dos presentes, todos desejaram ter uma cópia da " crônica" tecida por Ana. Foi como se folheássemos um álbum, na qual o tema, foi a mulher.





Afonso Claudio: precursor da modernidade capixaba



Os que se fizeram presentes ao evento promovido no dia 12, na Bienal Capixaba do Livro, tiveram seus conhecimentos ampliados.

O professor e escritor Estilaque Ferreira dos Santos falou sobre o Dr. Afonso claudio - este que foi defensor da abolição, resgate cultural - floclore, e primeiro pesquisador a resgatar a memória negra.

Juntamente com o prof. Francisco Aurelio Ribeiro, deram uma verdadeira aula de história e conhecimento, despertando no público presente o desejo de pesquisa, principalmente, sobre o Espírito Santo.

Sobre o Dr. Afonso Claudio, vale registrar:

- o primeiro abolicionista
- lider dos Republicanos, juntamente com Bernardo Horta
- primeiro olhar ( científico / histórico) dirigido ao negro
- membro da Academia de Letras
- término de sua trajetória foi como professor universitário

domingo, 8 de novembro de 2009

Coisinhas...

A felicidade
Está nas pequenas coisas da vida...
Então, desejo à você
Um monte de
Coisinhas:

Manhãs de sol
Sessão da tarde deitado na rede
Noites de céu repleto de estrelas
Caminhar descalço pela areia fina da praia
Num papo alegre com o ser amado
Ou melhor amigo...

Desejo,
Ainda:
jardim coberto de flores coloridas
Para alegrar sua vida
Iluminar seus olhos
Perfumar seus dias...

Desejo, à você:
Vida
Alegria
Uma Omelete de Poesia!

veronica eugenio

Bienal Capixaba do Livro

Confira , divulgue e participe!

05/11. Ziraldo, "Ler é mais importante que estudar", das 15h às 16h
09/11. Norma Seltzer Goldstein e Ilana Seltzer Goldstein, Projeto Jorge Amado, das 15h às 17h
10/11. Neusa Sorrenti, "Poesia: Um encantamento para sempre", das 15h às 17h
11/11. Evanildo Bechara, "O novo acordo ortográfico", das 9h30 às 11h30
11/11. Moacyr Scliar, "A leitura na formação do escritor", das 15h às 17h
12/11. Estilaque Ferreira dos Santos e Francisco Aurélio Ribeiro, "Afonso Cláudio: Precursor da modernidade capixaba", das 09h30 às 11h30
12/11. Ana Miranda, "O olhar de Rubem Braga sobre as mulheres", das 15h às 17h
12/11. Bernadette Lyra, "Vivendo no limite do tempo: A experiência de escrever sobre uma mulher do passado do Espírito Santo", das 15h às 17h
12/11. Claudia Matarazzo, "Vai encarar?", 18h30
13/11. Nilson Moulin, "Ler e escrever. Para quê? Para quem?", das 9h30 às 11h30
13/11. Affonso Romano Sant?Anna, "A leitura como caminho para transformação social", das 15h às 17h

OFICINAS.
09/11. Turma do Frederico, Teatro de Bonecos, 10h e 14h
10/11. Ricardo Ferraz, Quadrinhos e Cartuns, 10h e 14h
11/11. Carmem Bridi, A arte da dobradura - Origami, 10h e 14h
12/11. Ilvan Filho, Introdução ao desenho, 10h e 14h
13/11. Acácia M. Picolli, Musicalização na educação infantil (séries iniciais), 10h e 14h

DESFILE.
12/11. Desfile de pessoas com deficiência; Moda inclusiva, às 19h30

CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS.
Aos sábados e domingos, a cada hora, a partir das 11h, na Praça Estrela (área interna do Shopping Norte Sul) e área Bienal (no espaço da feira)

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

As belezas de Angola





Se algum dia voar mais além, irei certamente a dois lugares muito especiais para mim: Angola e Portugal.

Dos amigos que por aquelas terras passaram só ouvi elogios e, muito me desperta interesse o povo e a expressão cultural , típicos de cada um.


Por enquanto, as fotos preenchem os espaços vazios de meus atentos olhos...

Consciência Negra


SOU NEGRO

A Dione Silva
Sou Negro
meus avós foram queimados
pelo sol da África
minh'alma recebeu o batismo dos tambores atabaques, gonguês e agogôs
Contaram-me que meus avós
vieram de Loanda
como mercadoria de baixo preço plantaram cana pro senhor do engenho novo
e fundaram o primeiro Maracatu.
Depois meu avô brigou como um danado nas terras de Zumbi
Era valente como quê
Na capoeira ou na faca
escreveu não leu
o pau comeu
Não foi um pai João
humilde e manso
Mesmo vovó não foi de brincadeira
Na guerra dos Malês
ela se destacou
Na minh'alma ficou
o samba
o batuque
o bamboleio
e o desejo de libertação...

(Solano Trindade)

domingo, 1 de novembro de 2009

Exclusivo do Blogg


Momento ímpar: Maria Lurinda tendo em suas mãos a
cédula de votação. Expressão de cidadania e comprometimento com a cultura local.

Representantes da socieada civil - C3

Grupo de Capoeira “ Filhos da Princesa do sul” - Representantes da Capoeira/folclore
No centro Bruno Fajardo - presidente; à esquerda, Cristiano e a direita Wallace – mais conhecido como “ graduado Zangado” .

Representantes da sociedade civil









Maria Laurinda Adão, representante da sociedade civil - Caxambu/folclore

Destaques do C3

Prof. da Ufes, roberto Garcia Simões. Uma breve , porém contextualizada reflexão sobre os talentos da cidade.

A importãncia do evento





Para o Artista Plástico e professor de Artes , Jéferson Braga Martins, o evento dá-se pelo agrupamento dos diversos setores ligados a cultura de Cachoeiro de Itapemirim. Neste evento foi possível eleger o delegado representante do setor cultural de nossa cidade. Fortalecimento que vêm tomando corpo ao logo dos anos e que tomou forma agora, com esta conferência." Segundo Jeferson, a soma das partes gera o todo proporcional de nossa sociedade.

C3 - Conferência Municipal de Cultura de Cachoeiro De Itapemirim

O evento realizado no período de 19 a 24 de outubro elegeu 25 pessoas entre representantes da sociedade civil e poder público, com a participação de representantes de diversos grupos culturais.



Na primeira pré-conferência foi possível uma reflexão e análise de atividades voltadas para a música, dança, teatro, cultura LGTB e étnica.



Na segunda pré conferência foram apresentados dados sobre o artesanato, literatura, cinema, fotografia, artes plásticas e gráficas, acervo e patrimônio histórico, museologia , carnaval e cultura digital.



Já no último dia, foi oportunidade da cultura popular, folclore, quadrilha, e cultura religiosa.
Interessante focar que o C3 atende aos temas propostos pelo Plano Nacional Cultural e ainda, aos cinco eixos temáticos estabelecidos pelo Ministério da cultura.



Confira abaixo os “ delegados cachoeirenses” responsáveis por representar a sociedade civil:



Artesanato – Sirlei Alves de Sousa
Artes plásticas – Jéferson Braga Martins
Áudio-visual – Paulo Cesar paraíso de Lima
Charola/bate-flecha/folclore – Izaias Quirino da Silva
Cultura religiosa – Amarildo Costa
Capoeira – Bruno Fajardo Lima
Caxambu/folclore – Canuta Caetano e Maria Laurinda Adão
Quadrilha/folclore - Genivaldo Dalmazio
Carnaval – Ione Garcia , Rosana Ferreira Azevedo, Jonathan Moreira de Souza
Folia de Reis/folclore – José paulino da Silva e Rogério Vieira Machado, Wilson Diniz Cecon
Musica – Bernard Pereira Almeida
Teatro – Maria Isabel Bremide Soares

domingo, 25 de outubro de 2009

ARTES DA FIBRA - CULTURA E TRADIÇÃO LOCAL




Entende-se a arte, nos tempos modernos, como uma forma especial de conhecimento ou de expressão.








Joseana C. Moulin - artesã cachoeirense - arte com linhas, marcas e crochet

" sou persistente, não desisto nunca!

Um dos depoimentos mais emocionantes foi certamente a da artesã Maria José Custódio, no ramo há cerca de 15 anos. Segundo ela, aprendeu o ofício inicialmente com uma amiga e, depois, seguindo orientações de revistas.
“ O público ainda não aprendeu a valorizar a arte produzida por mãos habilidosas. Possuo uma clientela boa, mas vejo certa repulsa do público jovem, principalmente. Alguns acham o produto caro, não compreendem ser a produção única, exclusiva.

" CRIAR É DAR ASAS A IMAGINAÇÃO'

É o que afirma as artesãs Priscila e Valéria Oliveira Rosário, mãe e filha, que atuam no mercado há cerca de 15 anos. Por ser a arte por elas produzida de bastante aceitação, atuam também em cidades como Campos e litoral de Búzios. “ Para que seja mantida uma clientela efetiva, buscamos nosso material em Belo Horizonte, por ser o material utilizado bastante caro em nossa região. As artesãs utilizam na confecção das bonecas, rendas, linhas e lãs especiais.

' A ARTE EMBELEZA A VIDA "

É o que afirma a artesã Joseana Catem Moulin, 52 anos no ramo do artesanato com linhas. Atuando juntamente com sua filha , relata que é natural de Jerônimo Monteiro e que desde cedo aprendeu a técnica com sua irmã, vindo a ensinar suas habilidades para sua filha. Embora seja um trabalho que exige muita concentração e criatividade, considera pouco valorizado. Tem suas clientes e sempre há pessoas interessadas no produto. Que é feito basicamente de agulha e linhas de crochet, para bordar , tecidos variados e muita criatividade.

transformando o bruto em belo


arte da fibra - beleza e criatividade


arte do crochet - feira do artesão


Maria José custódio. Artesã Cachoeirense. Artes com fio: crochet.

meninas ou bonecas?


Arte com linhas e rendas




Artesã cachoeirense. Priscila Oliviera Rosário
artesanato com rendas e fios.

arte da fibra - artesanato local - crochet

ARTES DA FIBRA - Taboa -

sábado, 24 de outubro de 2009

Sou como árvore plantada à beira do Rio.....

Sou de Cachoeiro,
sim,
sou de Cachoeiro
de Itapemirim!
Desde menina
caminho a passos largos
por ruas e avenidas
de uma cidade sem fim.
Conheço cada rua
cada bairro
cada praça
que brincam às margens do Itapemirim.
Já vi o rio ceder lugar para o progresso
trem cruzar o centro da cidade
andei numa " coréia"
e quase toquei o rio de águas barrentas
ao cruzar a ponte
em dias de chuvas sem fim.
Já fui apresentada a antigos prefeitos
estudei em escola pública e particular
sem nada delas ter que reclamar.
Já despertei ao som de bandas
de sinos madrugada à fora
já fui para outras cidades
conheci grandes capitais
tive que secar as lágrimas no travesseiro
ao contemplar a lua
tão distante de meu Itabira.
Já fotografei o Frade e a Freira
fiz piquenique aos pés do Itabira
tocaram minhas mãos
as cristalinas águas na Ilha dos meirelles...
já ouvi o o som dos pios
já enfeitei a casa de mármore e granito
chupei bala de coco Itabira
ouvi jogo na rádio Cachoeiro
fui a show de calouros no antigo Cine Broadway
já comi pastel sírio no cine cacique
arrumeir namorado na procisão de São Pedro
fiz promessa para Senhora da Consolação
e acabei me casando
do outro lado do rio. ...
Conheci Nenem doido
Maria Fumaça
Maria taruíra
e o velho Moringueiro
já assisti jogo no morro do sumaré
fui ao campo torcer pelo Estrela
e ao Cachoeiro ver os treinos do time.
Fui aos dois shows do Roberto
participei das bienais
ganhei concurso de crônica
fiz versos na escola e fora dela
para a terra e para o Rei.
Fversos para Benjamim
aprendi a fazer versos com Sylvan
admirar as crônicas da Ariete
desejar ser inteligente como a professora Isis.
Nessa busca sem fim de identidade
me tornei
rato de biblioteca
nas folhas de velhos e ensabeados livros
tantas vezes adormeci...
Aprendi, desde menina, a dar valor
ao que é meu
ao que é nosso.
Hoje,
contemplo admirada as transformações
e avanços ocorridos a cada dia,
enquanto
aguardo sutilmente
as estações se completarem.
Quem sabe, um dia, feito garça
sobrevoe esta cidade
e retorne ao fim da tarde
para pousar meus sonhos e lembranças
no num galho de árvore
plantada à beira do Rio?
( Por - Verônica Eugenio - 24/10/2009)
poemas sem correções

Cachoeiro, terra de gente faz acontecer


Para quem não conhece este é o cantor de corinhos e violão, José Verediano .
Veio de Monte Alegre - ES , prestigiar o terceiro dia da Conferência de Cultura de Cachoeiro - C3 .

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Omelete Marginal em Caxu!






Inicio a semana de forma diferente. Meu final de semana foi realmente
m a r a v i l h o s o! Cansativo, mas foi possível desfrutar de momentos ímpares!

Fico pensando o que seria da vida sem a arte, sem àqueles que sonham, transformam seus desejos em sementes que rasgam a terra, desabrocham e ganham espaço, alcançando aquilo que se tem de singular: a alma humana.
Levar meus alunos para participarem das oficinas do Omelete Marginal, vê-los envolvidos nas dinâmicas e, ainda poder contemplar a forma como se desenvolveram além sala de aula: participativos, interessados, alegres, repletos de sonhos! A cada momento deixavam fluir, desabrochar, o que lhes foi dado de melhor pelo Ser Maior: o talento para a vida!

Deixo de presente a cada um de vocês uma leve brisa do que foi estar ali...
E viva a arte de ser e desejar fazer o outro feliz!
depois comento e envio mais fotos!

sábado, 26 de setembro de 2009

Ora tenta pregar-me um susto,
ora acolhe-me em seu colo,
afaga-me a alma.
Intransitável avenida
o labirinto da vida...

Romântica FM




Indicação de programação capaz de preencher o vazio

de quando se vara a noite

em pesquisas

e digitações.

Na verdade,

poder tocar a alma de quem também vive além mar.

Imaginar que existe um outro mundo

além das janelas fechadas

pelo frio que invade a madrugada.

bom poder saber que

que as horas que nos separam são diferentes

que também há sentimento

romantismo

além-mar.

É a vida!

É a vida

cheia de surpresas

e possibilidades;

repleta de perfume

sabores

ritmos.

Algo que faz florir em mim

sentimentos muito parecidos com os de amor...

Coisas da tecnologia


Entre uma pesquisa e outra , o bate-papo com pessoas amigas. Pessoas que realmente podem ser chamadas de amigas. Que não importa tempo, mal- tempo, não nos esquecem, não nos têm apenas como membro de uma lista, não nos escondem de seus familiares, não temem ouvir de nós um lamento por dia ruim, antes nos cumprimentam, nos incentivam se preciso, nos apresentam a seus familiares, nos fazem sentir de casa, mesmo distantes.



Para não deixar que fiquem sem uma palavra amiga, às vezes me atraso, interrompo minhas atividades, deixo de fazer coisas consideradas importantes e descubro que, tão importantes também os são aqueles que me dirigem uma palavra de afeto, saudade, me relatam dores de alma, do corpo, que falam de flores, de música, até mesmo me perguntam sobre as notas das provas dos guris.



Nos poucos momentos que fico on-line, descubro não ser a vida passageira, mas sim, os que comigo seguem nesse imenso vagão, tantas vezes intransponível. São momentos que temos para dividir, conhecer, tantas vezes ajudar a ver a vida com outros olhos e, desperdiçamo , muitas vezes, por falta de tempo, por medo de que o outro passe a fazer parte da rotina, talvez.



Aos poucos , nesta caminhada de vida, tenho descoberto segredos, estes sempre presentes na alma de algum amigo. São enigmas , na verdade, que trazem consigo; São pérolas que passo a levar comigo, cada vez que recebo ou retribuo um breve ou longo olá, dos amigos.



bju em todos!


domingo, 30 de agosto de 2009

Lápis, papel e sensibilidade




Ler e escrever, aprender conteúdos constantes em uma gramática, manusear livros didáticos repletos de conteúdos generalizados. Carteiras , uniformes, professores, conteúdos, provas, trabalhos voltados, no entanto, a um público bastante diferenciado, simples, de mochila pesada e alma suave.

Sonhos.

Não fosse algum professor de olhos e alma incansáveis e os dias de muitos alunos seriam vazios como manhãs de inverno nas altas montanhas. Somente brisa suave ou tempestade os alcançaria, e que não seria sinônimo de renovação.

Dizem que as águias buscam altas montanhas para renovação. De que necessitam nossos alunos para que abandonem a tradicional repetição de idéias, os verbetes, os medos, a visualização das impossibilidades , tantas vezes apresentadas e quase nunca diminuídas, diluídas em conteúdos menos complexos e mais significativos?

Como transformar o lápis, borracha e papel por eles transportados diariamente em instrumentos capazes de registrar momentos indescritíveis; colher fatos do cotidiano, não somente para os analisar e interpretar, antes visualizá-los como elementos de uma grande receita que tem como ingredientes pessoas , seres repletos de singularidades?

Identidade.

Busca , registro, confrontos e a certeza de que ser jovem, adolescente, é ser realmente diferente. É ter na mente o que tantos adultos já deixaram escapar por entre os dedos em certo trecho do caminho. É ver e sentir o mundo com o coração, olhos de pássaro que não teme o beiral, porque sabe que cedo ou tarde terá que contemplar o horizonte. Voar, tantas vezes, sozinho em busca daquilo que tantos de nós já buscamos um dia: realização.

Talvez este seja o maior problema: como encarar um horizonte em que tantos pássaros alcançam e não retornam para dividir as experiências; que as vezes até voltam, mas com suas penas caídas, corpo e almas despedaçados...

Bom saber que ainda existem professores que utilizam além do lápis, papel e borracha, os olhos, a alma e o coração no momento do aprendizado. Que permitem a seus alunos contemplar , bem de perto, o horizonte e os apresenta àqueles que um dia também passaram pelos bancos escolares, cultivaram sonhos , desejaram receber ensinamentos capazes de os conduzir a altas montanhas. E conseguiram.

Que a prática didática experimentada e vivenciada por alunos de tão difícil época, dado as constantes mudanças e inovações, em que família não é mais sinônimo de estabilidade e que a escola tantas vezes torna-se o único elo que os une a uma sociedade fragmentada esteja voltada não somente a repasse de informações antes, seja instrumento capaz de renovação.

Que ler e escrever não seja apenas direcionado ao aprendizado de palavras desenhadas nos livros, nas apostilas, nos romances. Que desde cedo compreendam que melhor que ler as palavras é ler as entrelinhas. Que se tornem lápis capaz de registrar o momento; tenham alma de borracha, para apagar as diferenças e que suas vidas sejam como folha em branco para registrar histórias de homens que aprenderam desde cedo a ser agentes transformadores.

sábado, 8 de agosto de 2009

Pai


Por ser especial o momento
fui ao jardim
floricultura
praças por onde caminharam seus pés
lembrei-me de sua alegria
simpatia
revi alguns de seus amigos
mas
não achei flor de aroma
cor
textura
capaz de ofertar a ti.
Por um momento
senti falta de seu sorriso
dos nossos bate-papos
do
incentivo e conselhos.
Abri bem os olhos
para não
sofrer
v i s u a l i z a r
o dia de sua partida
embora fosse manhã de domingo
dia de sol
nem primavera
nem verão
uma estação apenas
que vem e vai
como ondas na areia..
Retomo as rédeas da vida
reescrevo as páginas deixadas em branco
e
descubro que pessoas
se vão
mas pai é eterno
étereo
ser que que o tempo não apaga
da memoria
é anjo que sussura
em datas especias como esta
suave melodia.
Pai,
que sejam alvos seus dias
estreladas suas noites
perfumadas suas manhãs.
.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009




Hilda Hilst

É meu este poema ou é de outra?
Sou eu esta mulher que anda comigo
E renova a minha fala e ao meu ouvido
Se não fala de amor, logo se cala?

Sou eu que a mim mesma me persigo
Ou é a mulher e a rosa escondidas
(Para que seja eterno o meu castigo)
Lançam vozes na noite tão ouvidas?

Não sei. De quase tudo não sei nada.
O anjo que impulsiona o meu poema
Não sabe da minha vida descuidada.

A mulher não sou eu. E perturbada
A rosa em seu destino, eu a persigo
Em direção aos reinos que inventei.


Se os teu olhos não conseguem ultrapassar
a imaginária linha do horizonte
sonhe
imagine
idealize!

Se teus pés caminham por estreitas ruas
torne-se um desbravador
administre
governe
conquiste!

O ritmo de teu coração desconhece
o descompassado ritmo de amar
libere dentro de ti

e
s
p
a
ç
o
s

e
dance
e
cante
invente
e
reinvente
uma vida a dois.


Sê sábio.
Destrua os muros
construa murulhas!


As meninas de teus olhos
são lâmpadas capazes de iluminar
seu interior
portanto,
Não permita que a vida lhe cegue
impeça
momentaneamente,
que seja,
de contemplar as belezas da vida.


Tudo que existe
dentro e fora
de ti
foi feito para lhe fazer feliz
para que você pudesse
tornar alguém feliz.

Sâmara Verônica
07.08.09

sexta-feira, 31 de julho de 2009

saudade


Deve ser saudade o sentimento que navega neste silecioso mar interior..Lágrimas insistem em acariciar minha face, enquanto procuro administrar os pensamentos.

Coisa da idade, de uma mulher com alma de menina. Alguém que, bem cedo, aprendeu a ser gente grande. Trocou as bonecas e panelinhas de brinquedo pela tripla jornada feminina.

Falta-me palavras nessas horas, capazes de colorir todo o universo interior. Fotografar o que as palavras não conseguem registrar.. São tantos sentimentos reunidos, lembranças saltitantes, esperança que surge em cada letra, de cor e forma, reconhecíveis.

Deve ser saudade o sentimento que traz, à mente, o sorriso de cada irmão; dos momentos bons ao lado da família, ainda menina, sentados todos, numa sala pequenina, ao redor de uma mesa, tendo ao centro uma velha lamparina..

O que se ouvia além do grilo, sapos, barulho do vento nas campinas, quando do temporal a luz fugia e, todos aproveitavam para conhecer um pouco das histórias de familia? Narrativas...

Sempre que amigos novos chamam à porta, lembro-me dos que um dia partiram horizonte à dentro. Cá fora, fico a imaginar o tempo , o momento, as alegrias e situações vividas. Imaginar a possibilidade do reencontro.

A Saudade é como beija-flor..


Crônicas...

Casa dos Braga.
O DESAPARECIDO
Rubem Braga


Tarde fria, e então eu me sinto um daqueles velhos poetas de antigamente que sentiam frio na alma quando a tarde estava fria, e então eu sinto uma saudade muito grande, uma saudade de noivo, e penso em ti devagar, bem devagar, com um bem-querer tão certo e limpo, tão fundo e bom que parece que estou te embalando dentro de mim.

Ah, que vontade de escrever bobagens bem meigas, bobagens para todo mundo me achar ridículo e talvez alguém pensar que na verdade estou aproveitando uma crônica muito antiga num dia sem assunto, uma crônica de rapaz; e, entretanto, eu hoje não me sinto rapaz, apenas um menino, com o amor teimoso de um menino, o amor burro e comprido de um menino lírico. Olho-me no espelho e percebo que estou envelhecendo rápida e definitivamente; com esses cabelos brancos parece que não vou morrer, apenas minha imagem vai-se apagando, vou ficando menos nítido, estou parecendo um desses clichês sempre feitos com fotografias antigas que os jornais publicam de um desaparecido que a família procura em vão.

Sim, eu sou um desaparecido cuja esmaecida, inútil foto se publica num canto de uma página interior de jornal, eu sou o irreconhecível, irrecuperável desaparecido que não aparecerá mais nunca, mas só tu sabes que em alguma distante esquina de uma não lembrada cidade estará de pé um homem perplexo, pensando em ti, pensando teimosamente, docemente em ti, meu amor.

O que traz o belo dentro de si:
concepções estéticas
condições sociais
espitirualidade
status
sentimentalismo
simplório gênero
metáforas da vida...
Metáfora. Desenho lápis 9b.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

unforgetable....



TRADUÇÃO....

Unforgettable
Natalie Cole


INESQUECÍVEL

Inesquecível, isso é o que você é
Inesquecível, entretanto próximo ou longe
Como uma canção de amor que gruda em mim
Como o pensamento das coisas que você me faz
Nunca antes será alguém a mais
Inesquecível em todos os sentidos
E sempre (e sempre)
Isso é como você ficará (isso é como você ficará)
Isso é por que meu bem, é incrível
Que alguém tão inesquecível
Pense que eu também seja inesquecível.

Não, Nunca antes será alguém a mais
Ooh inesquecível (inesquecível)
Em todos os sentidos (em todos os sentidos)
E sempre (e sempre)
Isso é como você ficará (isso é como você ficará)
Isso é por que meu bem, é incrível
Que alguém tão inesquecível
Pense que eu também seja inesquecível.

I Mostra de Artes - Cachoeiro

Exposição de trabalhos realizados com turmas do EM, a partir do reaproveitamento de materiais como pratos plásticos , disco de vinil e sobras de papéis diversos.
Os desenhos realizados foram feitos com lápis de cor, tinta gouache, grafite e foi realizado ainda, a técnica da colagem.


Apresentação de dança, coreografia , coral , canto e violão abrilhantaram o evento que finalizou o I semestre do ano letivo.

O próximo evento está agendado, quando os alunos terão como meta expor resultados de pesquisas sobre artistas da terra.

A arte de ver , sentir e expressar a vida





O que é a vida senão um palco, uma tela, espaço em que os protagonistas elaboram conceitos, registram idéias, dividem ideais. E o que é a Arte senão uma forma de ver e sentir a vida, os fatos, as pessoas, tudo aquilo que de certa forma dialoga com nosso interior. Lápis que se deixa mover pela emoção, que não se importa de ser possuída por uma alma ,tantas vezes , intraduzível e que as vezes pode se comunicar timidamente, num simples rabisco, outras , numa repetição de pontos realizados por uma agulha de crochet, de bordar, de tricotar ou ainda, manifestando-se na cultural de um povo, comunidade.


Até ingressar-se na escola, o aluno muitas vezes, não sabe identificar seus dons, não realiza descobertas, não expressa de forma clara suas habilidades. Alguns, até manifestam alguns interesses, como para o desenho, dança, canto, despertando interesse de familiares, amigos, até mesmo profissionais ligados a manifestações artísticas, mas a maioria encontra-se em estado de graça, no útero da imaginação.


E é neste contexto de descobertas que a arte, na escola, surge. Uma disciplina que, embora levada por muitos, como brincadeira, é capaz de desenvolver habilidades e talentos; resgatar a identidade, cultivar práticas tantas vezes adormecidas. Pena que muitas vezes o professor, não saiba despertar ou mesmo abafe a expressão artística de seus alunos. Um comentário, atividades repetitivas ou mesmo fora de um contexto. O abafar a expressão para valorizar aquilo que já se tem pronto, construído. Não que o aluno não deva aprender conceitos necessários, imagina se uma dançarina não treinasse horas e horas, se um pintor não aprendesse a misturar cores, se um fotógrafo permanecesse sempre com a máquina de seus antepassados...


E acredito que tenha sido neste contexto que muitos artistas tenham sido gerados ou visto suas habilidades enterradas. Ainda bem que alguns não se deixam dominar e ultrapassam as imaginárias linhas do horizonte. O que nos faz lembrar de algumas aulas de educação artísticas, as tão esperadas, que nos permitiam deitar no papel sentimentos saltitantes; que nos ensinavam a pregar botões, pintar paninhos de prato, brincar de montar casinhas por meio de maquetes, indo desde a escolha de cores das paredes aos objetos de decoração. Eram aulas muito direcionadas a formação feminina? Sim, até porque muitas escolas eram de freiras, mas havia a possibilidade de crescer e visualizar mudanças. Não se tinha ainda, pelo menos no contexto bancário, exemplos de macacos a pintar telas. Era tudo muito figurativo, mas o azul do céu, as ondas do mar, os pássaros, até mesmo os botões eram possibilidades de escolhas. Digamos que até mesmo a margem, aquela que serve de moldura e , hoje, tão desrespeitadas por alguns alunos, serviam-nos de paradigmas.


Os tempos mudaram. Ás vezes penso se para melhor ou pior, se considerado a falta que nos faz um representante artístico capaz de captar a fragmentação do ser de forma não tão simplória ou mesmo confusa. Penso na possibilidade que a formação artística possibilita ao ser. Enquanto tudo é repetição, regras, a arte surge como inovação. Se repararmos, juntamente com a escrita, torna-se capaz de registrar fatos, colocar para fora aquilo que tantas vezes incomoda, destrói ou melhor, poder mudar todo um contexto.


Se no passado a disciplina tenha caráter sócio –educativo, hoje a arte pode resgatar vidas, realizar o mesmo diálogo, porém de forma mais direcionada e menos formal. Artes pode interagir com matemática, ciências, inglês, Português, com a família, com as prioridades do mundo, ajudando no combate a violência, colaborando cognitivamente, ao reconhecer-se capaz de idealizar uma obra sem antes nunca tê-la visto, ao poder resgatar sua identidade, construí-la por meio de uma exposição, oficinas,


Ser professor de Artes trás algumas indagações, questionamentos...afinal, o que será que o aluno precisa aprender para desenvolver suas habilidades? Somos , possuímos todos uma alma artística? Como desenvolver os talentos que tantas vezes já nasce com ele? Como modificar o olhar daquele que não se interessa sequer por manifestar suas habilidades?


Diante de tantas indagações que certamente um professor de tão singular arte traz consigo indagações como : De que forma torná-lo sensível, perceptível ao que está ao seu redor? Como e o que devo ensinar aquele que não tem interesse por nada? Como contribuir com técnicas apropriadas a cada manifestação artística sem desconsiderar o que já esta pronto? Talvez estas sejam as prioridades de alguns professores, a minha, pelo menos diante de tantas possibilidades oferecidas. Identidades construídas tantas vezes sem paradigmas, num contexto onde a arte não oferece apenas retorno financeiro.


Como professor de Arte espero ser capaz de traduzir, em poucas linhas, prática de vida, todo conteúdo a mim repassado no curso. Desejo conduzir meus alunos a grandes descobertas. A andarem por suas trilhas interiores e serem capazes de identificar, naquilo que já foi construído, possibilidades de manifestar-se, crescer, modificar e construir um mundo melhor.


Artista não somente que capta, sente, registra, mas artista capaz de decifrar as necessidades do outro, do mundo. Um pincel , pés, mente, que vai ao encontro do outro.

sábado, 20 de junho de 2009


Esta semana fiquei sabendo de algo que me chamou por demais atenção. Conheci um grupo de estudantes que caminham cerca de 4km até chegarem ao local onde sai o ônibus escolar , quando seguirão mais 1h até chegar à escola.




Não é por tomar conhecimento do fato que afirmo serem eles alunos nota dez. Alunos que sempre surpreendem os professores com perguntas, respostas e atitudes. E que deverriam servir de exemplo para muitos meninos e meninas criados na cidade e, que tantas vezes, passam às 5h de estudos a conversar, jogar papel, dizer que a vida é muito chata...




Cada vez mais me conscientizo ser necessário tomar uma atitude rígida para com determinados alunos. Assim como os próprios colegas de sala dizem, serem tomadas atitudes punitivas que não se limitassem a registros em folhas e folhas de papel. Que lhes fossem atribuídas tarefas a serem executadas na escola, na comunidade, caso não cumpram com suas obrigações: respeito, interesse e rendimento. Não para satisfaçao do professor, da escola, mas em repeito aos colegas que desejam etudar, se esforçam e lógico, para crescimento próprio.




Muita coisa mudou depois que alguns pais delegaram a escola o ato de educar. Ausentaram-se, passaram a não cobrar respeito não só para com os professores, mas principalmente, para com os colegas, já que no final de ano, estudando ou não, como sempre afirmam, também passarão...




De onde vem tanta certeza, afinal? Quem lhes asssegura o privilégio de serem o que são: agressivos, desinteressados, dominadores, o " eu sou" , enquanto em silêncio ficam àqueles que desejam aprender, se fazem de tolos para não sofrer represálias?




Vejo que ainda existem pais preocupados com a educação de seus filhos, e isso reflete diretamente na sala de aula. Tudo flui tão bem quando se tem respeito, educação e interesse. Não sou a favor do ensino cuspe e giz, menos ainda do somente eu sei, mas ha´momentos em que o silêncio, interesse, pré-estudo, conhecimentos prévios, cumprimento das tarefas faz com que as aulas saiam do papel e ganhem espaço, vislumbrem o horizonte.




Estudar é muito mais que ir à escola, com ou sem uniformes, ter material escolar. É desejar ampliar conhecimentos. saber que se pode crescer e crescer, e tocar o céu das impossibilidades. . É reconhcer-se parte de um gupo e que pode interagir, dividir, somar atitudes capazes de fazer um mundo melhor.




Cada vez mais me conscientizo de que " nem sempre vida boa é sinal de bom aprendizado. Às vezes aprende-se mais em tempos de guerra. "






Além mar...


domingo, 14 de junho de 2009

Deus, meu criador e mestre










A ti, oh Deus, meu Criador

elevo esta prece

elevo meu pensamento e entrego

meus desejos, dores e sonhos.

Sou fraca e, tantas vezes me sinto só

ando pela vida

em busca de alguém que possa me orientar

esqueço-me que somente em ti

há o conforto necessário

a paz

a possibilidade de vida em abundância.

Acolhe-me, Oh Deus, meu criador

deixa-me deitar em teu colo

afaga-me os cabelos

perdoa-me se não faço o que deseja

se sou filha que perscruta o beiral

em vez de acolher-me em seus átrios.

Acolhe-me, oh Deus, e cuida dos que me são

especiais

sou tua filha, oh mestre

cuida de mim

porque de ti dependo para ser e fazer

a outros felizes.

Arte e Cultura


A verdadeira filosofia é reaprender a ver o mundo
Merleau-Ponty

A vida e suas formas de ser vista e sentida. A percepção, a sensibilidade, o fazer e o refazer quando se trata de percorrer caminhos que conduzem a expressão cultural de um povo, comunidade, pessoa.

Desde o nascimento e ser respira, digere, vive e transpira cultura, porém muitos sequer dão conta da sua contribuição para o fazer cultural de um povo, enquanto outros se apossam do fazer cultural de outrem para bem próprio.

Apesar da diversidade, a possibilidade de leitura e interpretação do mundo a partir da busca de uma identidade social. Modos, padrões, hábitos, costumes, tradições, gostos, modo de pensar, agir, sentir, vestir, sabores e ritmos que se cruzam e apontam para o fazer cultural do ser humano.

O acordar numa manhã e sentir falta de hábitos e costumes, tantas vezes distante de seu olhar; o participar de determinados festejos, sem se dar conta de suas origens, o reconhecer-se em práticas culturais adormecidas, o repassar hábitos e costumes a outros de forma espontânea, sem reconhecer-se , no entanto historiador de seu tempo.

Como viver isolado, se parte integrante da grande espinha dorsal: a sociedade. Esta que desde a sua origem unifica os homens, apesar de suas diversidades. Espinha que ergue a humanidade em sua trajetória. Torre de babel que se comunica por meio da identidade construída, no entanto, a partir da possibilidade de expressar-se, sentir, perceber e sentir o mundo.

Mundo , mundo, vasto mundo, que no entanto se unifica quando se trata de expressar-se. Diferenças culturais, civilizações mais ou menos, adiantadas, diferenças biológicas, geográficas, erudição, cultura popular, de massa, questões endógenas, exógenas, endocultura, e a velocidade com que as transformações atingem o homem, o grupo, levando-o a adaptar-se, desejar transformar o mundo real por meio da história de vida a si repassada, vivenciada por si próprio.

O que demarca, dá significação e comunica os diferentes modos de pensar e sentir a vida: a linguagem. Esta que lhe permite transmitir sua história de geração em geração. A comunicação pela intersemiose, os signos verbais, as práticas culturais, a cultura expressa por meio da materialização do pensamento.

Zora...nossa lendária cidade, e a real necessidade do ser em se comunicar. A necessidade do diálogo cultural, o expressar-se nas diferentes manifestações para não morrer no esquecimento. O resistir a cultura de massa, tantas vezes afastado da erudição para transformar-se no artista de seu tempo.

A industrialização, a informatização, os meios de comunicação com seu poder de emancipação e a possibilidade de tronar-se ponto de intersercção na interação sujeito -sociedade. Mas a quem é dado o poder de conscientização senão ao homem . Independente de classe social, raça, etnia, A possibilidade de adquirir conhecimento e torná-la pratica significativa. E quando ainda adormecida, uma proposta educativa torna-se capaz de desenvolver uma consciência multicultural, O despertar no ser aptidões, valores capazes de transformar o meio e a si, Ser atento as transformações e necessidade de dividir seus conhecimentos.

Pensar cultura, na contemporaneidade, trilhar caminhos que conduzem a valorização de praticas culturais independentes de camadas sociais. É relacionar-se com diferentes tipos de conhecimento. Reconhecer que diferentemente de Zora, é necessário andar pelas ruas da cidade com olhos voltados para as transformações. Usar de toda sensibilidade para recuperar o que já está quase adormecido. É ter percepção suficiente para saber administrar o conflito entre qualidade Plástica e comunicabilidade, tornando-se capaz de encaixar as ideais do artista, seja ele proveniente da cultura de massa ou popular,a sua prática cotidiana.

Vivamos as diferenças culturais , não nos deixemos confinar como Kabala e Amala,. Vivemos num Brasil audiovisual, sim, mas não nos deixemos ser comprados pela cultura de massa, não abandonemos nossas tradições, tantas vezes por vergonha. Tenhamos percepção suficiente para saber administrar o conflito entre qualidade Plástica e comunicabilidade, tornando-nos capazes de encaixar as ideais do artista, , a nossa prática cotidiana.




Além do Olhar
Ivo Pessoa
Composição: Paulo Henrique e Paulinho Soledade




Quando os olhos vêem

O que ninguém mais vê

Imagens aparecem

Mesmo sem querer...

Quando cada sonho

Se torna real

E tudo que acontece

É sempre um aviso

Um sinal...

Se um dom especial

É dado prá alguém

É prá ajudar o bem

Na luta contra o mal...

É como a luz do sol

Que toca um cristal

E em sete cores

Mostra assim

Que tudo é natural...

É como o som do mar

Que vem nos alcançar

Prá nos mostrar o amor

O amor que existeAlém do olhar...

Longe da razãoO fogo da paixão

Arde o universo

Queima meu coração..

Passado ou futuro

Junto com você

Eu te sintoEm todo o mundo

E nas estrelas

Posso ver..

Se um dom especial

É dado prá alguém

É prá ajudar o bem

Na luta contra o mal...

É como a luz do sol

Que toca um cristal

E em sete cores

Mostra assim

Que tudo é natural...

É como o som do mar

Que vem nos alcançar

Prá nos mostrar o amor

O amor que existe além do olhar

O amor que existe além do olhar...

domingo, 7 de junho de 2009

A Arte de Ver, Sentir e expressar a vida


O que é a vida senão um palco, uma tela, espaço em que os protagonistas elaboram conceitos, registram idéias, dividem ideais. E o que é a Arte senão uma forma de ver e sentir a vida, os fatos, as pessoas, tudo aquilo que de certa forma dialoga com nosso interior. Lápis que se deixa mover pela emoção, que não se importa de ser possuída por uma alma ,tantas vezes , intraduzível e que as vezes pode se comunicar timidamente, num simples rabisco, outras , numa repetição de pontos realizados por uma agulha de crochet, de bordar, de tricotar ou ainda, manifestando-se na cultural de um povo, comunidade.


Até ingressar-se na escola, o aluno muitas vezes, não sabe identificar seus dons, não realiza descobertas, não expressa de forma clara suas habilidades. Alguns, até manifestam alguns interesses, como para o desenho, dança, canto, despertando interesse de familiares, amigos, até mesmo profissionais ligados a manifestações artísticas, mas a maioria encontra-se em estado de graça, no útero da imaginação.





E é neste contexto de descobertas que a arte, na escola, surge. Uma disciplina que, embora levada por muitos, como brincadeira, é capaz de desenvolver habilidades e talentos; resgatar a identidade, cultivar práticas tantas vezes adormecidas. Pena que muitas vezes o professor, não saiba despertar ou mesmo abafe a expressão artística de seus alunos. Um comentário, atividades repetitivas ou mesmo fora de um contexto. O abafar a expressão para valorizar aquilo que já se tem pronto, construído. Não que o aluno não deva aprender conceitos necessários, imagina se uma dançarina não treinasse horas e horas, se um pintor não aprendesse a misturar cores, se um fotógrafo permanecesse sempre com a máquina de seus antepassados...





E acredito que tenha sido neste contexto que muitos artistas tenham sido gerados ou visto suas habilidades enterradas. Ainda bem que alguns não se deixam dominar e ultrapassam as imaginárias linhas do horizonte. O que nos faz lembrar de algumas aulas de educação artísticas, as tão esperadas, que nos permitiam deitar no papel sentimentos saltitantes; que nos ensinavam a pregar botões, pintar paninhos de prato, brincar de montar casinhas por meio de maquetes, indo desde a escolha de cores das paredes aos objetos de decoração. Eram aulas muito direcionadas a formação feminina? Sim, até porque muitas escolas eram de freiras, mas havia a possibilidade de crescer e visualizar mudanças. Não se tinha ainda, pelo menos no contexto bancário, exemplos de macacos a pintar telas. Era tudo muito figurativo, mas o azul do céu, as ondas do mar, os pássaros, até mesmo os botões eram possibilidades de escolhas. Digamos que até mesmo a margem, aquela que serve de moldura e , hoje, tão desrespeitadas por alguns alunos, serviam-nos de paradigmas.





Os tempos mudaram. Ás vezes penso se para melhor ou pior, se considerado a falta que nos faz um representante artístico capaz de captar a fragmentação do ser de forma não tão simplória ou mesmo confusa. Penso na possibilidade que a formação artística possibilita ao ser. Enquanto tudo é repetição, regras, a arte surge como inovação. Se repararmos, juntamente com a escrita, torna-se capaz de registrar fatos, colocar para fora aquilo que tantas vezes incomoda, destrói ou melhor, poder mudar todo um contexto.




Se no passado a disciplina tenha caráter sócio –educativo, hoje a arte pode resgatar vidas, realizar o mesmo diálogo, porém de forma mais direcionada e menos formal. Artes pode interagir com matemática, ciências, inglês, Português, com a família, com as prioridades do mundo, ajudando no combate a violência, colaborando cognitivamente, ao reconhecer-se capaz de idealizar uma obra sem antes nunca tê-la visto, ao poder resgatar sua identidade, construí-la por meio de uma exposição, oficinas.



Cultura


cultura


cultura


c u l t u r a


Para simplesmente adquiri-la
necessário se faz conhecimento.
Para tornar-se parte dela
é necessário captá-la nos mínimos movimentos,
gestos.
Preciso é tocá-la
senti-la
nos inúmeros tons da vida.
cultura?
se adquiri desde o despertar para a vida
mas para ser vivida
sentida
usufruída
necessário se faz o convívio
a troca de experiência , às vezes,
até respeito pela jeito de ser e viver do outro.
Cultura é tudo e é nada;
tudo, porque sem ela não se totalmente livre
nada, se ficar tão somente restrita aos livros
velhas folhas de papel em branco.
Cultura é vida.
É a caneta pela qual
se registra a emoção
a criatividade
expressão ímpar
de um povo
de uma nação.
É minha
a sua
a nossa
carteira de identidade.

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Sou um ponto Elemento visual real tantas vezes pequeno em relação a um plano maior. Um ponto que penetra espaços vazios de sentimentos emoções. Sozinha Sou apenas um ponto mas que ao aglutinar-me viajo no universos das possibilidades fusão do verbal com o visual na complexa sintaxe da vida.