domingo, 14 de junho de 2009

Arte e Cultura


A verdadeira filosofia é reaprender a ver o mundo
Merleau-Ponty

A vida e suas formas de ser vista e sentida. A percepção, a sensibilidade, o fazer e o refazer quando se trata de percorrer caminhos que conduzem a expressão cultural de um povo, comunidade, pessoa.

Desde o nascimento e ser respira, digere, vive e transpira cultura, porém muitos sequer dão conta da sua contribuição para o fazer cultural de um povo, enquanto outros se apossam do fazer cultural de outrem para bem próprio.

Apesar da diversidade, a possibilidade de leitura e interpretação do mundo a partir da busca de uma identidade social. Modos, padrões, hábitos, costumes, tradições, gostos, modo de pensar, agir, sentir, vestir, sabores e ritmos que se cruzam e apontam para o fazer cultural do ser humano.

O acordar numa manhã e sentir falta de hábitos e costumes, tantas vezes distante de seu olhar; o participar de determinados festejos, sem se dar conta de suas origens, o reconhecer-se em práticas culturais adormecidas, o repassar hábitos e costumes a outros de forma espontânea, sem reconhecer-se , no entanto historiador de seu tempo.

Como viver isolado, se parte integrante da grande espinha dorsal: a sociedade. Esta que desde a sua origem unifica os homens, apesar de suas diversidades. Espinha que ergue a humanidade em sua trajetória. Torre de babel que se comunica por meio da identidade construída, no entanto, a partir da possibilidade de expressar-se, sentir, perceber e sentir o mundo.

Mundo , mundo, vasto mundo, que no entanto se unifica quando se trata de expressar-se. Diferenças culturais, civilizações mais ou menos, adiantadas, diferenças biológicas, geográficas, erudição, cultura popular, de massa, questões endógenas, exógenas, endocultura, e a velocidade com que as transformações atingem o homem, o grupo, levando-o a adaptar-se, desejar transformar o mundo real por meio da história de vida a si repassada, vivenciada por si próprio.

O que demarca, dá significação e comunica os diferentes modos de pensar e sentir a vida: a linguagem. Esta que lhe permite transmitir sua história de geração em geração. A comunicação pela intersemiose, os signos verbais, as práticas culturais, a cultura expressa por meio da materialização do pensamento.

Zora...nossa lendária cidade, e a real necessidade do ser em se comunicar. A necessidade do diálogo cultural, o expressar-se nas diferentes manifestações para não morrer no esquecimento. O resistir a cultura de massa, tantas vezes afastado da erudição para transformar-se no artista de seu tempo.

A industrialização, a informatização, os meios de comunicação com seu poder de emancipação e a possibilidade de tronar-se ponto de intersercção na interação sujeito -sociedade. Mas a quem é dado o poder de conscientização senão ao homem . Independente de classe social, raça, etnia, A possibilidade de adquirir conhecimento e torná-la pratica significativa. E quando ainda adormecida, uma proposta educativa torna-se capaz de desenvolver uma consciência multicultural, O despertar no ser aptidões, valores capazes de transformar o meio e a si, Ser atento as transformações e necessidade de dividir seus conhecimentos.

Pensar cultura, na contemporaneidade, trilhar caminhos que conduzem a valorização de praticas culturais independentes de camadas sociais. É relacionar-se com diferentes tipos de conhecimento. Reconhecer que diferentemente de Zora, é necessário andar pelas ruas da cidade com olhos voltados para as transformações. Usar de toda sensibilidade para recuperar o que já está quase adormecido. É ter percepção suficiente para saber administrar o conflito entre qualidade Plástica e comunicabilidade, tornando-se capaz de encaixar as ideais do artista, seja ele proveniente da cultura de massa ou popular,a sua prática cotidiana.

Vivamos as diferenças culturais , não nos deixemos confinar como Kabala e Amala,. Vivemos num Brasil audiovisual, sim, mas não nos deixemos ser comprados pela cultura de massa, não abandonemos nossas tradições, tantas vezes por vergonha. Tenhamos percepção suficiente para saber administrar o conflito entre qualidade Plástica e comunicabilidade, tornando-nos capazes de encaixar as ideais do artista, , a nossa prática cotidiana.

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Sou um ponto Elemento visual real tantas vezes pequeno em relação a um plano maior. Um ponto que penetra espaços vazios de sentimentos emoções. Sozinha Sou apenas um ponto mas que ao aglutinar-me viajo no universos das possibilidades fusão do verbal com o visual na complexa sintaxe da vida.