quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Águas do Itapemirim




Desperta, tu que dormes


à margem do Itapemirim!


Eis que águas adormecidas


oferecem-lhe perigo.


O dia surge nublado e,


no coração da cidade,


acelera-se o ritmo


dos habitantes,


enquanto invadem


apressadamente ruas


praças


jardins


avenidas


lojas e casas


as águas do Itapemirim...


As garças não alçaram voo ao amanhecer


solidárias aos moradores


ora sobrevoam a cidade


ora retornam aos seus ninhos.


Se da janela do apartamento


contempla o prédio ilhado


a criança


rolinhas alimentam-se nos beirais...


A Vinte e Cinco de Março,


a Jeronimo Monteiro


Avenida Beira Rio..


população ribeirinha dos bairros


Coronel Borges


Baiminas


não se tem como fugir da força das águas


que abraça o leito


invade espaços sem pedir licença


ou desculpas


apenas passa


deixando um rastro de destruição.


De seus berços, contemplam os mortos...


Quase a tocar os céus,


o Itabira..


nas ruas ,calçadas e janelas


o povo:


sem choro


sem lamúria


apenas olhares e corações


silenciosos.


Assim como o Itabira,


contemplam a cheia do Itapemirim...



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Sou um ponto Elemento visual real tantas vezes pequeno em relação a um plano maior. Um ponto que penetra espaços vazios de sentimentos emoções. Sozinha Sou apenas um ponto mas que ao aglutinar-me viajo no universos das possibilidades fusão do verbal com o visual na complexa sintaxe da vida.