Desperta, tu que dormes
à margem do Itapemirim!
Eis que águas adormecidas
oferecem-lhe perigo.
O dia surge nublado e,
no coração da cidade,
acelera-se o ritmo
dos habitantes,
enquanto invadem
apressadamente ruas
praças
jardins
avenidas
lojas e casas
as águas do Itapemirim...
As garças não alçaram voo ao amanhecer
solidárias aos moradores
ora sobrevoam a cidade
ora retornam aos seus ninhos.
Se da janela do apartamento
contempla o prédio ilhado
a criança
rolinhas alimentam-se nos beirais...
A Vinte e Cinco de Março,
a Jeronimo Monteiro
Avenida Beira Rio..
população ribeirinha dos bairros
Coronel Borges
Baiminas
não se tem como fugir da força das águas
que abraça o leito
invade espaços sem pedir licença
ou desculpas
apenas passa
deixando um rastro de destruição.
De seus berços, contemplam os mortos...
Quase a tocar os céus,
o Itabira..
nas ruas ,calçadas e janelas
o povo:
sem choro
sem lamúria
apenas olhares e corações
silenciosos.
Assim como o Itabira,
contemplam a cheia do Itapemirim...
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