domingo, 4 de março de 2012

Avatar, porque preciso de um?


Quando penso que já cruzei o muro das possibilidades, quanto ao universo da práxis pedagógica, me vem a proposta de criar um avatar, com características comuns a mim, que será alterado a cada semana, conforme sequência dos estudos.

Não preciso dizer que as perguntas foram as mais diversas , desde porque está jogando The sims,  a            " M inha mãe ta maluca!"  Difícil explicar algo que não se conhece bem, deve ser como acordar após noite de bebedeira, em casa de alguma amiga e não saber sequer, quem a levou para lá.

Passado a primeira impressão, o ressignificar o pensamento, avaliar os pesos que a vida nos traz e, tão bem administrados, acomodados, junto aos pensamentos. As vezes sinto-me meio domesticada pelo sistema educativo. Não sofri os reconhecíveis trotes nas  faculdades pelas quais passei, mas confesso ter realizado atividades que me custaram, tantas vezes, muitas explicações.

Triste foi o momento de criar o tal avatar.  Sabem como é difícil o diálogo entre gerações, principalmente quando se trata de uma cinquentenária conservista e uma adolescente Rebelde. Ela me queria loira, de bermuda,  fone nos ouvidos; eu, visualizava  uma mulher de vestido, sim, mas recatado, os saltos, os cabelos escovados, um sorriso meio menina, meio levada. Difíceis momentos, marcados por risos e, as vezes os famosos - deixa que eu faço !

O primeiro avatar, até que ficou legal, uma menina, tipo secretária, com seus óculos, caderneta   de anotação e  lápis em mão. Agora, o segundo foi  complicado,  porque a garota precisava expressar os anseios da modernidade, o poder da midia x a singularidade do ser, o Sou o que Sou,  e daí?  mais discussões e propostas, avaliações, até chegar ao denominador, este em que prevalece o pensamento dos dois, onde ninguém perde, e surge a Garota Consumista, a  possibilidade de duplicidade de leitura.

A princípio, senti-me meio estranha, mas depois fiquei a avaliar o suposto comportamento expresso na imagem, afinal,quantas vezes, no decorrer do processo educativo, cerca de 40 anos,  tive que ingerir opiniões envenenadas de manipulação cognitiva, verdadeiras cicutas, que acabaram por murchar com meus sonhos e imaginação; ou mesmo passei sede de saber, fazendo-me de satisfeita.

Confesso que as vezes me espanto com a prática educativa, não me refiro aqui a proposta do avatar, mas a práxis mesmo, em si, de forma geral, quando nosso saber é avaliado de acordo com os parâmetros criados para determinado período, contexto, pensamento e experiência própria. Sempre falo com meus filhos, alunos, ser a vida feito rio que,  ao final, encontra-se com o mar, e tudo se torna tão bonito...

O avatar, que a princípio foi desafio, agora, torna-se elemento de minha reflexão,  mascote da minha vã filosofia, afinal,  de que  forma, até quando, quantos de nós já foram/ sentiram-se  influenciados pela mídia, pelas impressões, pelos meios educativos?

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Sou um ponto Elemento visual real tantas vezes pequeno em relação a um plano maior. Um ponto que penetra espaços vazios de sentimentos emoções. Sozinha Sou apenas um ponto mas que ao aglutinar-me viajo no universos das possibilidades fusão do verbal com o visual na complexa sintaxe da vida.